MANAUS – Se a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) fosse na CMM (Câmara Municipal de Manaus), o placar seria de 38 a três, ao julgar pelos discursos dos parlamentares da base aliada na manhã desta segunda-feira, 18, rasgando elogios a bancada federal do Amazonas que votou por unanimidade a favor do impedimento de Dilma e massacrando com críticas e ironias, os representantes do Partido dos Trabalhadores, os vereadores Waldemir José, professor Bibiano e Rosi Matos.
O primeiro a usar a tribuna da Casa foi o presidente Wilker Barreto (PHS) que tentou amenizar o impacto político do impedimento de Dilma ao comparar o processo da presidente ao impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Melo,
“Hoje bem cedo no Bom ia Brasil ele fez uma retrospectiva do que foi a cassação do ex-presidente Fernando Collor. Lá atrás se o Collor fosse julgado hoje seria réu primário frente aos milhares de escândalos que estão acontecendo na República. O ponto culminante da queda de Collor foi o cheque que comprovou a compra da Elba (Fiat Elba) que servia a primeira dama (Roseane Color). Eu queria que fosse a mesma Elba porque nos teríamos a Petrobrás preservada, não teríamos o BNDES saqueado, teríamos várias instituições saudáveis. Eu queria que fosse a Elba, mas infelizmente não foi. O processo de ontem torna o Brasil e a democracia mais madura”, avaliou.
Já o líder do prefeito Artur Neto (PSD) na CMM, Elias Emanuel (PSDB) rasgou elogios a bancada federal do Amazonas. Ele disse que os deputados federais souberam respeitar a vontade do povo do Amazonas. Na avaliação de Emanuel, o autoritarismo e a petulância do PT os levou a essa derrocada.
“Eles queriam que a Câmara Federal se curvassem a eles. A Câmara representa o o povo brasileiro. Tenho certeza que o Senado nos próximos 60 dias, vai aprovar o impeachment. Gostaria de pedir a presidente Dilma Rousseff que deixasse o rancor de lado e liberasse o empréstimo de Manaus aprovado e mandasse ao Senado. Manaus tem capacidade de endividamento para fazer esse empréstimo”, apelou o vereador. “O governo do PT deveria estender a mão a Manaus como Manaus sempre estendeu a mão a eles nos momentos de eleições. A cidade não merece essa ingratidão”, enfatizou Emanuel.
O líder do PB, Marcelo Serafim (PSB) disse que o momento não é de alegria e que cabe a todos trabalhar para retomar o desenvolvimento e sair do fundo do poço. Ele disse que ontem pudemos ver o processo de admissibilidade do impeachment. 367 deputados ouviram a voz das ruas. “Quando muitos falavam em golpes temos que lembrar que quem botou Michel Temer e Eduardo Cunha foi o próprio PT. Quem negocia com bandido tem que negociar sempre. Quem senta na mesa com bandidos tem que se sentar sempre. Todo esse processo se iniciou quando o presidente do PT, Rui Falcão que mal tem voto e nem mandato acha que entende mais de política do que Eduardo Cunha, Romero Juca. Passarinho que brinca com morcego se dá mal”, disse.
Marcelo continuou seu discurso e um balanço do quadro político atual, quando os três deputados do PT votaram contra o Cunha o processo de impedimento começou. “O Brasil vive um momento duro da história. Espero que as medidas sejam tomadas para que o pais volte a crescer. Vamos viver momentos que não serão fáceis. Ouvi muitas pessoas dizer que isso era golpe, O impeachment está previsto na Constituição Brasileira quem dera que todos os golpe que o Brasil viveu estivessem na carta magna. Hoje ao ver a internet vimos o PT dizendo eu defende a renúncia de Dilma e novas eleições através de uma emenda constitucional. Eles não querem deixar o governo para os outros. Querem manter a república da mortadela”, ironizou.
A vereadora Socorro Sampaio (PP) falou sobre a frase da sua irmã a deputada Conceição Sampaio (PP) que disse que hoje não teria vencidos e nem vencedores. “O povo brasileiro está cansando e decidiu ir para as ruas para cobrar dos parlamentares. Quero elogiar a bancada amazonense que ouviu o clamor do povo e disse sim ao impeachment. Ainda vai para o Senado. Não deve ser facial a situação da Dilma. Não venho aqui para jogar pedras. Nós não somos donos do nosso mandato. A população cansou do desemprego, da inflação, falatórios e quer resultados profundos a esperança rilhar novamente. Até agro a esperança está escura. Essa população nos devemos de fato ouvir. Quero parabenizar todos os oito deputados federais e apesar da pressão foram lá disseram sim ao povo brasileiro. Infelizmente as coisas não acabam aqui. Poderia acabar e a partir de hoje todo mundo ter seu emprego garantido, Agora [e com o Senado quero parabenizar a minha irmã a Conceição Sampaio que é uma mulher decidida e guerreira e ninguém segura somente Deus e o povo brasileiro”, afirmou.
Joãozinho Miranda disse que fez algumas observações e se sentiu como se estivesse ali pronunciando o meu voto. “Me preocupou quando vi o pronunciamento de muitos deputados. Ali é um julgamento político e não pessoal. Pela minha mãe, pela minha família. É pelo pais e não pela sua família, Também sou a favor da saída da presidente Dilma, mas não essa brincadeira e votando de forma pessoal. Parabenizo os parlamentares da bancada do Amazonas que não chegaram com discurso pessoal e sim político. Estamos buscando que o pais volte a retomar a credibilidade e volte a crescer e saia desse marasmo. O que mais envergonha e ter um presidente (Eduardo Cunha) sem credibilidade comandando um processo importante com crimes que cometeu”, afirmou Miranda.
O líder do PT, na Câmara Municipal, Waldemir José, criticou o impeachment e disse eu o golpe foi dado contra a democracia e os direitos dos trabalhadores. “Do ponto político da aliança do PMDB com PSDB observamos os empresariado e os maçons e igrejas evangélicas fazendo esse discurso e parte da classe média com esse discurso e o golpe foi dado porque não tem comprovação de crime de responsabilidade fiscal. Vimos mitos falando no discurso mas não pratica o crime contra da presidente não aconteceu. As gerações futuras vão falar desse golpe e o dia 17 de abril entrar para a história como um dia trágico. Já tivemos o massacre do Carajás em 17 de abril em 1996. Parte da igreja católica e evangélica se juntaram com os maçons que são a velha oligarquia que não consegue admitir que o voto de uma agricultor seja igual ao voto de um capitalista. Nunca se elegeu no pais um Congresso tão conservador nos últimos 30 anos. Esse grupo se pauta contra os direitos humanos. Michel Temer e Eduardo Cunha tem mais votos do que partido isso é o fim da questão dos partidos. Esse Eduardo Cunha é o mesmo que foi tesoureiro do Collor e tem processo no STF e ontem estava tripudiando a democracia brasileira. Queremos colocar que nós os do Partido dos trabalhadores vimos o golpe e ainda resistimos e vamos ao Senado e que o senado não repita esse golpe. Se os povos do Brasil soubesse o que está em jogo as ruas ontem não teria lugar para caber tanta gente. Eles só vão perceber quando os direitos trabalhadores começar a ser subtraído”, observou.