Da Redação
MANAUS – O vereador Rodrigo Guedes (PSC) disse, na noite desta quinta-feira (23), durante uma confraternização de fim de ano com jornalistas, que o poder que envolve o mercado de combustíveis em Manaus é “inderrubável”. Enfrentá-la é como “enxugar gelo”.
Segundo ele, existe uma organização criminosa que atua na capital amazonense, com muita gente envolvida. “É muito poder envolvido. Poderes, todos os poderes. Então, eu vi que era, e é, por mais que eu faça [alguma coisa], enxugar gelo”.
Rodrigo se referia à época em que foi dirigente do Procon-Manaus, e atuou contra o aumento abusivo de preços praticados pelos postos de combustíveis na capital.
À época, ele autuava, multava e chegou a fechar alguns postos, mas, segundo ele, essas ações não resolvem o problema.
Manaus é uma das poucas capitais em que os preços dos combustíveis não baixaram depois de redução nos preços praticados pela Petrobras no mês de dezembro. No dia 15, a petroleira reduziu em R$ 0,10 o preço do litro da gasolina A vendida ás distribuidoras, mas os preços ao consumidor em Manaus foram mantidos.
“Óbvio que há um cartel. Vocês sabem que o preço aumentou no Brasil inteiro. Então, se a gente olhar apenas por essa ótica, pode achar que o preço dos combustíveis em Manaus não está fora da realidade. Mas existe uma organização criminosa atuando em Manaus e essa organização é hiper protegida. Ninguém pode derrubar porque o poder a está protegendo. Todos os poderes.”, disse Guedes.
O vereador disse não poder citar nomes, mas “já sei que existem pessoas envolvidas nisso que muita gente nem pode imaginar. As maiores autoridades do nosso Estado. São autoridades que estão diretamente envolvidas, que fazem parte do negócio, ou estão envolvidas por proteger.”
Rodrigo Guedes disse que na Câmara Municipal de Manaus ele foi retirado da Comissão de Defesa do Consumidor e não pôde atuar na pauta que já trabalhava antes de se eleger vereador.
Ele disse que não desistiu da pauta, mas agora está sem instrumentos legais para atuar. As inúmeras representações em órgãos da administração pública que diz ter feito não prosperaram. “Essas coisas não andam nos órgãos públicos porque essas pessoas são protegidas pelo poder”.
De acordo com Guedes, se não houver uma ação criminal contra os donos de postos e distribuidoras, a situação não será resolvida.