Por Henderson Martins e Cleber Oliveira, da Redação
MANAUS – A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) disse, em entrevista ao ATUAL nessa sexta-feira, 13, que no cenário político em que se encontra o Amazonas, sua candidatura à reeleição é “extremamente competitiva”. O ambiente eleitoral envolve pré-candidaturas ao Senado como a do vice-governador do Estado, Bosco Saraiva (Solidariedade), do deputado federal Pauderney Avelino (DEM) e do senador Eduardo Braga (PMDB). Em 2010, Vanessa disputou o cargo com Braga e o então senador Arthur Virgílio Neto (PSDB), hoje prefeito de Manaus.
“Eu sou pré-candidata ao Senado, mas dependo de um conjunto de apoiamentos para que a candidatura se viabilize. Mas está claro que minha candidatura é extremamente competitiva. Vamos à luta com cada um mostrando o que fez e com o que tem a oferecer à população do Amazonas”, afirmou a senadora.
Vanessa não concordou com a avaliação de que pegou carona nos votos de Braga em 2010, quando foi eleita. Ela afirmou que nunca foi de obedecer ordens em alianças eleitorais. “Se o senador Eduardo Braga fosse puxar alguém, esse alguém não seria eu, porque eu nunca foi uma política de obedecer ordens. Eu nunca fui do grupo político de Eduardo Braga. Fui candidata ao Senado porque agregamos um conjunto de fatores. O fator da força política dele, como ele deixou o governo, foi importante”, disse.
“Mas havia um outro fator que me ligava muito mais a ele que era o governo federal, pois eu sou muito mais vinculada ao Lula do que vinculada ao Eduardo Braga. Então, ele também se beneficiou. Aliás, o governo nosso [de Braga], que a gente participava dele, foi um governo tão bom porque Lula era presidente”, completou.
Vanessa citou intervenções do governo federal no Amazonas que, segundo ela, foram favoráveis ao governo de Eduardo Braga na época. “A água aqui no Estado é privatizada e a empresa não investiu nada, quem investiu foi o governo federal. Foi o governo federal que deu dinheiro para o Viver Melhor (conjunto habitacional), deu dinheiro para a ponte (Rio Negro). Eu acho que foi o governo estadual que pegou carona no governo federal”, afirmou.
Sem apoio
A senadora revelou que dentro da coligação com Braga na eleição para o Senado ficou isolada. “Dentro da nossa coligação, eu tinha muito pouco apoio. Quase a totalidade dos deputados federais e estaduais candidatos na minha coligação não apoiava a minha candidatura ao Senado, apoiava a do Braga e a do então senador Arthur Neto. A minha diferença é que eu sozinha não seria senadora, mas tive o apoio de muita gente. Teve muito da minha parte também”, disse.
Presidência
Sem a provável participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na eleição presidencial deste ano, a senadora comunista defende uma união entre os partidos de esquerda. “Se nós nos acertamos minimamente, temos o espaço garantido no segundo turno. Nós, a oposição de hoje que governou ontem, me refiro ao PCdoB, ao PT e ao PDT”, disse.
Vanessa Grazziotin afirmou que a situação das pessoas que estão no poder, se referindo a Michel Temer (MDB), são bem piores do que as da oposição. A parlamentar citou alguns nomes que poderiam compor um cenário favorável para a Presidência da República, como a do ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) e da deputada estadual Manuela D’Ávila (PCdoB-RS). “Eu acredito que todos que tenham críticas contra a atual política de Michel Temer, são nomes que devemos respeitar, trabalhar e chamara para o diálogo”, disse.
Vanessa Grazziotin disse que Manuela D’Ávila (RS) terá uma agenda de visitas a Manaus na quinta-feira, 19. “Estamos sentados à mesa com o nome da Manuela e vamos trabalhar para que a candidatura dela se viabilize”, disse a senadora.