EDITORIAL
MANAUS – Uma corrida como ainda não se tinha visto aos postos de vacinação nesta semana, com início da aplicação da vacina contra a Covid-19 ao grupo das pessoas na faixa dos 50 a 59 anos, revela como esse momento era esperado. A vacina representa um suspiro de alívio.
Esse grupo deveria ter tomado a vacina bem antes, mas o processo de vacinação por idade foi interrompido quando da contemplação dos idosos com 60 anos ou mais. A expectativa frustrada gerou meses de angústia a essas pessoas que não estão imunes ao vírus.
Por aqui, sempre defendemos que a vacinação por idade não deveria ter sido interrompida e que deveria ter seguido, em ritmo mais lento do que a dos idosos, para que fossem contemplados, também os grupos prioritários daqueles acometidos por doenças pré-existentes e que são mais vulneráveis ao vírus.
No meio do caminho, o Ministério da Saúde incluiu como prioritários grupos de profissionais, como da segurança pública, exército, professores e até presos.
Como argumentamos aqui, profissionais de segurança pública, exceto os que têm comorbidades, não estão mais vulneráveis do que os trabalhadores com idade entre 50 e 59 anos, principalmente os que dependem do transporte coletivo.
Com exceção das pessoas que atuam na linha de frente do enfrentamento à Covid-19 nas unidades de saúde e outros trabalhadores como do sistema funerário e dos cemitérios, onde compareciam parentes de pessoas que morreram com a doença, outras categorias poderiam esperar a vacinação por idade.
Felizmente, o Ministério da Saúde e os governos estadual e municipal não levaram a cabo as orientações iniciais de vacinar todos os grupos prioritários para só depois retomar a vacinação por idade.
Todos os brasileiros acima de 18 anos têm direito à vacina e o melhor critério para a vacinação é a idade, exatamente porque a gravidade da doença é sempre maior nas pessoas de maior idade, exceto as acometidas por determinadas doenças.