Ontem foi o Dia de Natal. Dia tão esperado pelos cristãos, pois lembramos o nascimento de Jesus Cristo. Certamente foram muitas confraternizações em família, troca de presentes, boa comida e abraços.
O Natal é tempo de solidariedade e fraternidade. É comum que muitas pessoas expressem sua solidariedade com doações de cestas de alimentos, distribuir brinquedos para crianças, ajudar alguma iniciativa ou instituição que presta ações solidárias para famílias em situação de vulnerabilidade.
Jesus nos instiga a cuidar das pessoas no ano inteiro. Os gestos esporádicos de solidariedade não resolvem. Amenizam, com certeza. Expressam gesto cristão, não há dúvida. Mas são passageiros. Não mudam a realidade. Não basta apenas um gesto uma vez por ano, no Natal. Deve ser algo permanente.
Os dados oficiais do Governo mostram que no Brasil cerca de 33 milhões de pessoas passam fome. No AM, metade da população (2 milhões de pessoas), vivem em insegurança alimentar. Ou seja, não tem alimentação suficiente, na qualidade e quantidade necessária para sua sobrevivência. Este quadro de pobreza precisa mudar.
Jesus nasce, conforme o relato bíblico, numa situação de pobreza. Maria e José não tinham lugar, Jesus nasceu num estábulo no meio dos animais, foi colocado numa manjedoura, lugar onde os animais se alimentavam. Foi visitado pelos pastores, os pobres da região. Essa cena foi muito bem retratada no Presépio, que foi criado há 800 anos, por São Francisco de Assis, que apresentou todo esse relato bíblico através do Presépio e que, até hoje, nós temos em casa, montamos e é um grande momento do Natal.
Jesus ao longo de sua vida de pregação acolhia as crianças e as mulheres, os pobres e doentes, as pessoas desprezadas na sociedade. Jesus com coragem denunciava essas injustiças e a exploração dos mais pobres pelos ricos, pelas autoridades religiosas e políticas.
Portanto, Natal nos traz o nascimento desse Jesus que pede a cada um de nós, que também lutemos pela justiça, pelas oportunidades para todos, contra a violência que impera na sociedade, que lutemos pela vida e pela paz.Natal é lutar por políticas públicas e por melhor atendimento na área da Saúde. É lutar pelas crianças, para que todas estejam na escola, tenham moradia, segurança para as famílias e trabalho para os pais sustentarem suas famílias.
Um novo ano se aproxima. Assim, como o Natal, é tempo de esperança. Que tenhamos uma economia e uma política a serviço dos mais pobres e da justiça.
Se o Natal é o nascimento de Jesus em nosso coração e nos desperta à solidariedade e o amor ao próximo, que esse Natal aconteça todos os dias na vida de cada pessoa no ano novo que há de vir.
Feliz Natal.
José Ricardo Wendling é formado em Economia e em Direito. Pós-graduado em Gerência Financeira Empresarial e em Metodologia de Ensino Superior. Atuou como consultor econômico e professor universitário. Foi vereador de Manaus (2005 a 2010), deputado estadual (2011 a 2018) e deputado federal (2019 a 2022). Atualmente está concluindo mestrado em Estado, Governo e Políticas Públicas, pela escola Latina-Americana de Ciências Sociais.
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