Do ATUAL
MANAUS – A FAF (Federação Amazonense de Futebol) apresentou nesta quinta-feira (20) os troféus e medalhas que premiarão campeão e vice-campeão amazonenses de 2023. Amazonas e Manauara realizam a segunda partida, neste sábado (22), no Estádio Municipal Jornalista Carlos Zamith, em Manaus, a partir das 15h30min. Quem vencer conquista o título, inédito. O empate favorece o Amazonas. No primeiro jogo da decisão houve igualdade em 0 a 0.
Os troféus foram confeccionados com refugos de madeira de estaleiros e queimadas. Mulheres indígenas e artesãs fabricaram as peças. Os dois troféus (campeão e vice-campeão) terão o mesmo nome, Amazonino Mendes, homenagem ao ex-governador falecido em 12 de fevereiro deste ano.
A premiação também tem cunho ambientalista e foi apresentada pelo presidente da FAF, Ednaílson Rozenha, que escolheu como slogan de sua administração ‘A floresta é a bola da vez’. Rozenha assumiu a federação no início do ano, depois de 32 anos de comando de Dissica Valério Tomaz.
“Não dá para permitirmos que o mesmo ouro, que é responsável pela invasão de terras Yanomamis, Kayapós e Mundurukus, pela poluição dos nossos rios, seja símbolo da nossa , vitória”, disse Rozenha na apresentação das premiações.
“As premiações não terão símbolos de prata e ouro, por representarem a mineração ilegal que corrói os rios, as florestas e que mata os povos”, completou.
Todos os itens que serão entregues aos finalistas, neste sábado, têm a marca de mulheres amazonenses. Entre elas, a artista parintinense Helen Rossy; as indígenas artesãs da Associação de Mulheres Sateré Mawé, lideradas pela indígena Regina Sateré Mawé; as artistas indígenas do grupo Moda Raiz, que tem como líder, Thaís Kokama; e Dani Sateré Mawé e as artesãs indígenas Baré Suriarts, comandadas por Analice Baré.
As madeiras usadas para os troféus foram Itaúba, Cumarú e Angelim. A arte e confecção foram feitas pela artista parintinense Helen Rossy, no seu ateliê, em Novo Airão/AM, onde reside. O designer representa o chapéu popularizado por Amazonino e o rio Juruá, o mais sinuoso do Amazonas.
As formas do troféu de 2° lugar remete ao “A” do Amazonino e de Amazonas. Os últimos detalhes das obras de arte dos dois troféus vieram das mãos da artista indígena Thaís Kokama, que trouxe grafismos indígenas para a estrutura das peças.
Para construir as medalhas de primeiro e segundo lugar, mulheres indígenas de duas associações, se uniram. A Amism (Associação de Mulheres Indígneas Sateré Mawé) ficou responsável pelas medalhas de segundo lugar e a Suriarts pelas medalhas de primeiro lugar.
São joias da floresta confeccionadas com sementes de açaí, morototó e miçangas. Possuem linhas simbolizando as três forças da natureza: céu, água e ar.