Da Redação
MANAUS – Treze aparelhos respiradores enviados pelo Ministério da Saúde ao Amazonas para atender pacientes com coronavírus não estavam funcionando porque chegaram com problema ou não tinham acessórios essenciais, segundo o Governo do Amazonas.
Na primeira remessa, quando o Ministério da Saúde enviou 15 aparelhos para ampliação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), três chegaram com problemas e sete puderam ser utilizados. Segundo o governo estadual, cinco não eram respiradores, mas CPAPs (Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas), e também estão em uso.
De 20 aparelhos respiradores enviados pelo Ministério da Saúde no último dia 11 de abril ao Amazonas para atender pacientes com coronavírus, dez não funcionavam porque não tinham traqueia e cabo de força, que são dois acessórios essenciais, e outros dez eram destinados ao transporte e não para leitos, segundo o Governo do Amazonas.
Os respiradores foram enviados pelo Ministério da Saúde em momento em que o Estado sinalizava colapso no sistema de Saúde, com 981 casos confirmados de coronavírus e 50 mortos. Para o Ministério da Saúde, a pandemia havia entrado em situação de espiral, ou seja, houve um aumento acelerado de casos da doença.
O Governo do Amazonas informou que, ao identificar a ausência dos acessórios em 10 respiradores, utilizou as traqueias e os cabos de força dos 10 respiradores de leito e os instalou nos que vieram sem os dois acessórios, “garantindo o funcionamento de 10 aparelhos, que estão em uso”.
De acordo com reportagem da revista Veja, as falhas foram listadas em dossiê elaborado pela Casa Civil da Presidência e usada para desgastar o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, que foi demitido na última quinta-feira, 16. À revista, o Ministério da Saúde informou que mais 20 respiradores devem ser enviados para Manaus até o dia 30 deste mês.
Colapso
Os aparelhos respiradores são utilizados no tratamento de pacientes em estado grave ou crítico. No último sábado, 18, a secretária de Saúde do Amazonas, Simone Papaiz, afirmou que o Amazonas atingiu o limite máximo de atendimento na Saúde.
Até domingo, 19, o Amazonas registrou 2.044 casos confirmados e 182 mortos pela doença, segundo a FVS (Fundação de Vigilância em Saúde). Entre os casos confirmados de Covid-19, há 167 pacientes internados, sendo 78 em leitos clínicos (31 na rede privada e 47 na rede pública) e 89 em UTI (31 na rede privada e 58 na rede pública).