Do ATUAL
MANAUS – O transporte fluvial de combustíveis, alimentos e insumos para fábricas em Manaus deve ser normalizado somente em março ou abril de 2024, estima o Sindarma (Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial do Amazonas). A entidade considera que, mesmo com chuvas agora em dezembro e a subida do nível nos principais rios do estado, as condições de navegação ainda são arriscadas.
“As bacias e hidrovias não estão secas como no auge do verão, mas a subida está lenta e muito abaixo do que seria normal para este mês. O transporte de cargas não foi interrompido nos piores momentos da crise e não será agora, mas estamos atentos para assegurar a continuidade das operações dentro das normas de segurança e sustentabilidade”, disse o vice-presidente do Sindarma, Madson Nóbrega.
O transporte de carga por cabotagem (contêineres) foi interrompido em outubro e início de novembro. A logística fluvial para Manaus foi mantida com balsas usadas para trazer cargas de Belém (PA).
Nóbrega acrescentou que nesta primeira quinzena de dezembro algumas das regiões mais preocupantes, de acordo com o nível dos rios, são o Alto Solimões, próximo do município de Tabatinga, e na Boca do Madeira, entre Nova Olinda do Norte e Borba.
Em Manaus, o nível do Rio Negro está em 15,97 m nesta sexta-feira (15). O rio encheu 18 cm de quinta para sexta.
“As chuvas na Região Metropolitana de Manaus têm pouco efeito para as condições de navegabilidade na bacia. O importante é que chova nas cabeceiras dos rios nos Andes, no Peru e na Bolívia. Quanto maior o volume nestes locais, melhor a navegação em toda a Amazônia”, disse Madson Nóbrega.
Prejuízos
Dados da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) divulgados em novembro indicavam que a seca no Amazonas teve reflexos pontuais na navegação da região. Na bacia do Rio Negro, o volume de cargas transportadas entre julho e setembro diminuiu 18,3% em comparação com o mesmo período de 2022, principalmente de óleo bruto (-83%) e derivados de petróleo (-23%).
Ainda segundo o órgão, na hidrovia do Rio Amazonas, houve o crescimento de 1,8% na navegação interior e na do Rio Madeira, uma das mais afetadas na estiagem, não houve redução nos volumes transportados no terceiro trimestre de 2023, com queda de 42% nos contêineres transportados.