Por Maria Derzi, da Redação
MANAUS – Ex-funcionários da empresa Vulcaplast promoveram, no início da manhã desta segunda-feira, 19, em Manaus, um protesto para reivindicar o pagamento de direitos trabalhistas. A empresa havia sido embargada, em 2011, pelo juiz da 2ª vara de justiça para pagamento de R$ 25 milhões em dívidas trabalhistas.
A manifestação reuniu um grupo de 35 dos 1,3 mil trabalhadores que foram demitidos, em frente à sede da empresa, na Alameda Cosme Ferreira, bairro Coroado, zona leste da capital. Os ex-funcionários alegam que a diretoria da empresa está ‘desmontando’ o prédio sem a autorização da Justiça, retirando equipamentos e os materiais da construção. Os trabalhadores temem não ter mais como receber salários atrasados, FGTS e abonos que estão sub judice.
O advogado do Sindplast (Sindicato dos trabalhadores nas indústrias plásticas de Manaus), João Carlos Vallim, explicou que desde 2011 a justiça determinou o confisco dos bens da empresa para que fosse leiloada e os recursos arrecadados seriam utilizados para pagar as dívidas trabalhistas. “O juiz deixou o dono da empresa como fiel depositário e ele desmontou toda a empresa, retirou os equipamentos e até desmontou a estrutura física do prédio sem o consentimento da justiça, que tinha determinado que aquele prédio seria usado para custear o pagamento dos ex-funcionários”, disse o advogado.
Valim declarou que os ex-funcionários ficaram atentos à movimentação estranha no galpão e avisaram à direção da empresa, mas nada foi feito para impedir a retirada do material. “Foi dada uma ordem judicial, na quarta-feira, 14, para que ninguém entrasse no prédio, mas eles não obedeceram e, nesse final de semana, entraram com carreta e limparam tudinho, não deixaram nada. Os trabalhadores estão em polvorosa, porque esse era o único bem que garantia a eles poder receber as verbas indenizatórias e o FGTS”, disse Valim.
O Presidente do Sindplast, Francisco Brito de Freitas, disse que os trabalhadores não vão sair do local até que tenham um posicionamento da Justiça para saber quais as providências que serão tomadas para garantir o repasse de recursos. “São mais de R$ 25 milhões. Como o dono é o fiel depositário, no mínimo ele teria que está preso porque está desobedecendo a ordem do juiz. Eles não podiam meter a mão na empresa até ser resolvido a questão com os funcionários. Na nossa visão eles estão degradando a empresa para não pagar os trabalhadores que estão com o processo na justiça”, disse o presidente.