Desde sua chegada ao Brasil os praticantes de religião de matriz africana sofrem perseguição ao manifestarem sua fé, sua crença, seus ritos festas e celebrações. Ainda hoje, em 2016, os ataques e manifestações de discriminação injuria, assedio, violência física e verbal, e ataques brutais com destruição de casas e terreiros que praticam as religiões de matriz africana, intolerância religiosa é um termo que se refere à vontade de não respeitar o outro ou reconhecer diferenças ou crenças, pode ser uma intolerância ideológica e política, incitamento ao ódio entre outros que são atitudes que chegam a ser bárbaras.
Os Judeus já foram alvo preferencial e a perseguição religiosa atingiu níveis altíssimos. Na historia, durante a segunda guerra, tornaram-se alvos primordiais não só pela sua raça, mas principalmente por retaliações religiosas a sua crença.
A intolerância religiosa representa um dos problemas mais delicados no mundo, o fanatismo religioso tão entranhado em milhões gerando verdadeiras guerras, “em nome de sua religião, como se fosse possível definir quem “esta com a razão”.
A Constituição do Brasil em seu artigo 5 INCISO VI, PREVÊ QUE É INVIOLÁVEL A CONSCIÊNCIA DE CRENÇA ,protegidos seus locais de cultos e sua liturgia.
Importante citar que a Lei 12.288/20109 (Estatuto da Igualdade Racial), visa proteger cultos religiosos de matriz africana, que aparecem nas estáticas como os mais discriminados, a lei 11635, institui o dia 21 de janeiro como ‘O dia nacional de combate a intolerância Religiosa”.
BALAIO DA OXUM E MARCHA PELA VIDA E LIBERDADE RELIGIOSA.
Em parcerias do projeto Personalidade Negras, que este ano optou por homenagear Oxum, que no dia 08 de dezembro tem seu dia consagrado, no mesmo dia correspondente ao dia da padroeira da cidade de Manaus, nossa senhora da conceição, um costume que remete ao sincretismo religioso,,vindos de longa data quando os negros escravizados cultuavam seu sagrado, sempre relacionado ao dia do santo católico, evitando assim a perseguição momentânea a religião de matriz afro.
A macha reuniu adeptos do candomblé, em uma CAMINHADA organizada pelo recém-criado Conselho de tradições africanas no Amazonas, Instituto GANGA ZUMBA, RENAFRO, uma iniciativa louvável que conta ainda com a participação popular, com cantos em ioruba, pai Paulo Ramiro e pai Gilmar da YEMONJA fizeram bonito, seguidos de um cortejo, com todos de branco, pedindo a oxalá paz! Com balaios cheios de flores amarelas, e perfumes de águas preparadas para limpeza do astral, se deu o percurso ate a beira do rio negro na praia da ponta negra onde as YABAS, mulheres preparadas para homenagear a orixá OXUM, concretizaram em lindo ritual de amor é fé abençoado nossas águas doces de mamãe oxum, pela vida de proteção e prosperidade e paz para toda nossa cidade, um momento único e emocionante a entrega das oferendas dos balaios,
Tudo terminou em um belo show na parai da ponta negra com Márcia Siqueira e James Rios, com cânticos negreiros.
Todas as pessoas e suas respectivas religiões merecem proteção e respeito, mencionamos aqui dispositivos de lei que se referem a cultos de matriz africana para indicar a preocupação em resguardar as liberdades de cada individuo, em combater o ódio entre as pessoas, fundado em intolerância religiosa.
A laicidade do estado deve ser cotidiana afastando a interferência de correntes religiosas nos aspectos sociais, políticas culturais, esta tem ligação direta do estado com diversos direitos humanos primordiais, como a liberdade de expressão, a igualdade de gênero e os direitos da população LGBT, população que sofre forte discriminação e marginalização por dogmas religiosos.
Praticar o respeito à laicidade e fundamental para desenvolver uma política de paz.