EDITORIAL
MANAUS – A terceira onda da Covid-19 chegou. No Brasil inteiro, explodem os novos casos diários de infecções pelo novo coronavírus. Mas diante de um cenário totalmente distinto do que o país viveu nas duas primeiras ondas, a população encara o novo momento com certa indiferença.
De acordo com as autoridades de saúde, a variante ômicron é a responsável pelo rápido avanço da doença na fase atual. No entanto, ela se mostra mais branda, menos letal, apesar de seu alto poder de transmissão.
Está provado que para quem está com o ciclo de vacinação completo, o vírus encontra barreiras que impedem o agravamento da doença e, em muitos casos, evita internação. Melhor ainda para quem tomou a dose de reforço ou terceira dose.
Esse contexto, portanto, deixa as pessoas com menos medo do que nas primeira e segunda ondas. Em Manaus, por exemplo, a primeira onda da Covid-19 deixou a maioria das pessoas com muito medo. Foi a fase do “fique em casa”, de ruas vazias durante a semana e, principalmente, nos fins de semana.
Com hospitais lotados, escassez de leitos, gente morrendo sem assistência, as pessoas queriam se proteger de alguma forma do vírus naquele período em que os países da Europa eram castigados por uma onda de mortes.
Na segunda fase, houve certo relaxamento em consequência de dois fatores: 1) muitos achavam que a Covid-19 estava controlada e abriu mão das recomendações de combate à doença, principalmente no fim do ano; 2) a aposta nas vacinas, que começaram a ser aplicadas em dezembro de 2020 na Europa e Estados Unidos.
O Brasil, no entanto, começou a vacinação com atraso de um mês, e seu início coincidiu com o avanço da Covid-19, começando por Manaus – falta de leitos e de oxigênio – e se espalhando depois por todo o país, com uma onda de mortes sem precedentes.
Agora, apesar do rápido avanço da doença, provocado pela variante ômicron, o número de internações é menor e o de óbitos também.
No entanto, pela velocidade de transmissão da ômicron, o momento pede cautela. A Covid-19, como qualquer doença, tem mostrado que quanto maior o número de infectados, maior o número de internações e óbitos.
Manter o distanciamento, os cuidados com a higiene e buscar a imunização completa são armas que não podem ser abandonadas nesta nova fase.
A variante Omicron é o prelúdio do fim da pandemia.