Da Redação
MANAUS – Fruto nativo da Amazônia, o açaí cresce em áreas alagadiças e uma nova técnica de irrigação deve mudar o cultivo em terra firme. O método está sendo testado por técnicos do Idam (Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas), da Sepror (Secretaria de Produção Rural) e Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) na propriedade do produtor rural José Holanda, em Iranduba (a 27 quilômetros de Manaus).
O sistema de irrigação por microaspersão foi implantado há dois meses. “A previsão é que a partir de três anos de cultivo os resultados comecem a aparecer. No quarto ano inicia a produção comercial e a expectativa de produtividade inicial é de 3 toneladas por hectare aos 4 anos de idade. Após 10 anos de cultivo, essa produtividade estabiliza em 12 toneladas por hectare”, disse o engenheiro agrônomo Jaguanhara Lopes.
Tecnologia é desenvolvida no Projeto Prioritário da Cadeia Produtiva do Açaí, que será implantado em 12 municípios do Amazonas até 2022. A engenheira agrônoma Anecilene Buzaglo diz essa tecnologia é a mais indicada para o cultivo de açaí na região, principalmente para a espécie Euterpe oleracea, conhecida como açaí do Pará, que, conforme pesquisas, pode aumentar a produtividade e rendimento da polpa.
“O objetivo é fazer uma irrigação suplementar, no período em que não há chuvas na nossa região, proporcionando as plantas o fornecimento de água, possibilitando a diminuição do estresse hídrico ou de mortes de plantas. A utilização do sistema de irrigação associado a uma boa adubação e bom manejo da cultura possibilitará aumentar a produtividade, o período de safra e o rendimento de polpa do fruto de açaí”, explicou.
A qualificação dos técnicos para desenvolver a técnica é essencial. “O açaí é uma cultura que vem despertando muito interesse nos nossos agricultores amazonenses e a capacitação dos técnicos é muito importante para que eles levem esse conhecimento ao campo, ajudando os agricultores a estabelecerem plantios mais bem instalados e tecnicamente manejados, promovendo assim o desenvolvendo agrícola do nosso Estado”, disse pesquisadora da Embrapa Maria do Rosário Rodrigues.