Da Redação
MANAUS – A Susam (Secretaria de Estado de Saúde) apresentou nesta terça-feira, 14, ao Fórum Perinatal do Amazonas seu Plano Estadual de Prevenção ao Óbito Materno. Colocado em execução nesta gestão, o plano promove ações de qualificação de profissionais da capital e do interior e aperfeiçoamento das rotinas de acolhimento das mulheres nas maternidades e unidades hospitalares.
Em junho, a Susam capacitou 162 profissionais que atuam na área de obstetrícia, nas unidades da rede pública, na capital e interior. No curso de “Suporte Básico de Vida em Urgência e Emergência”, médicos e enfermeiros receberam informações teóricas e práticas de como proceder em determinadas intercorrências de urgência e emergência, durante partos.
De acordo com a coordenadora de Saúde da Mulher/Rede Cegonha da Susam, Sandra Cavalcante, o nível de conhecimento técnico dos profissionais também tem relação com a mortalidade materna, por isso é uma meta perseguida pelo plano.
A secretaria se prepara para iniciar outro curso, desta vez em Suporte Avançado em Vida (neonatal e obstetrícia), que será realizado por técnicos do Samu, e voltado para trabalhadores de maternidades de Manaus e de unidades hospitalares do interior. “A Susam vai qualificar mais de 100 profissionais com o curso de urgência e emergência obstétrica. É um curso ofertado no Brasil por uma equipe de São Paulo”, afirmou, ressaltando que as estratégias para redução da mortalidade materna vêm sendo tratada com prioridade nesta gestão.
Outra meta do plano é uniformizar a utilização de protocolos clínicos obstétricos nas maternidades. Com as unidades adotando os mesmos procedimentos, com fluxo de atendimento estabelecido, a qualidade do serviço aumenta, explica o técnico da coordenadoria da Saúde da Mulher/Rede Cegonha, enfermeiro Marcos Vinícius. “Isso padroniza a assistência, com todo mundo seguindo o mesmo fluxo de assistência, desde a entrada da grávida até sua alta. É claro que depois cada maternidade vai ter as suas especificidades, mas o trabalho partindo de um planejamento acaba refletindo na qualidade”, explica Marcos.
O plano também prevê a melhoria da qualidade das informações lançadas nas Declarações de Óbitos e nos prontuários. Segundo os técnicos, bem alimentados, esses documentos são fundamentais para se investigar as causas das mortes e assim tomar medidas para que outros óbitos não ocorram pelos mesmos motivos. “Todo óbito tem que ser investigado e se o documento não constar a causa, fica difícil o trabalho. A gente precisa saber porque as mulheres estão morrendo, para que a gente possa intervir”, complementa Sandra. Por conta disso, a Susam também está oferecendo para os profissionais que atuam nas maternidades cursos de qualificação de registro de Declaração de Óbito e prontuários.
A Susam ressalta que, no Amazonas, a taxa de mortalidade materna registrou queda nos últimos quatro anos. A taxa, que em 2014 chegou a ser de 100,3 óbitos para 100 mil nascimentos (número absoluto de 76 óbitos), em 2017 registrou 62,0 óbitos/100 mil nascimentos (número absoluto de 45 óbitos).
O Plano Estadual de Prevenção ao Óbito Materno foi construído por uma equipe multiprofissional e, à medida que vem sendo executado, os resultados e ajustes vão sendo discutidos dentro de colegiados que discutem as políticas de combate à mortalidade materna, como o Fórum Perinatal do Amazonas. “O plano foi construído por várias mãos, por uma equipe multiprofissional. Foi construído por uma equipe do programa Causa Raiz, grupo condutor da Rede Cegonha, agora vamos apresentar no Fórum Perinatal. Então é um plano que não é estanque, foi construído a partir das necessidades observadas em toda rede”, explica Sandra.