Da Redação
MANAUS – Surdos e mudos do Amazonas apresentaram à Justiça Eleitoral queixa contra a linguagem de libras utilizadas pelos candidatos no horário eleitoral gratuito. Alegam erros dos intérpretes do sistema de sinais e dificuldades para definir o voto por não entenderem mensagens dos candidatos. A reclamação foi apresentada à juíza Anagali Bertazzo, da Comissão de Fiscalização da Propaganda Eleitoral, e Nancy Segadilha, presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência, na manhã desta sexta-feira, 21.
Entre os principais problemas citados pelos deficientes auditivos foram a falta de padronização, tradução sem sentido, omissão de gestos, movimentos muito rápidos, cor de fundo da janela de libras errada e falta de domínio dos intérpretes na linguagem de sinais.
“A comunidade surda tem reclamado sobre isso. Algumas vezes não dá para entender. Alguns sinais parecem que estão errados. Nós estamos preocupados. Não queremos que isso se repita em 2020. Têm intérpretes inventando sinais. Nós surdos nos sentimos menosprezados. É uma falta de respeito”, disse Cézar Augusto, vice-presidente da Associação dos Surdos de Manaus (Asman).
Segundo a juíza do TER, é importante que essa denúncia seja feita por escrito para solucionar o problema. “É importante esse feedback de vocês, porque nós do TRE não temos como fazer uma avaliação prévia desse material que vai ao ar. Nós só podemos saber se a informação não está chegando de maneira correta se nos reportarem. Acredito que o próprio candidato tenha interesse que a mensagem seja passada de forma correta para alcançar o maior número de eleitores”, explicou Bertazzo.
A juíza disse que uma recomendação foi enviada aos partidos e coligações para que o serviço fosse oferecido com qualidade. “Se essas informações não estão sendo repassadas corretamente, nós vamos comunicar o Ministério Público Eleitoral para que adote as providências que entender pertinentes em relação a isso. Entre as penalidades que podem ocorrer está a suspensão da propaganda do candidato e aplicação de multa”, disse.
(Colaborou Patrick Motta)