Da Redação
MANAUS – A SSP-AM (Secretaria de Segurança Pública do Amazonas) confirmou que um ex-diretor do Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim), em Manaus, e sargento da reserva da Polícia Militar, está sendo investigado por suspeita de venda de armas, aparelhos celulares e drogas no presídio. Os indícios foram identificados em investigação sobre o massacre de 56 detentos na unidade prisional em janeiro deste ano.
Os presos foram chacinados em guerra entre facções criminosas. O envolvimento do ex-diretor foi revelado pelo jornal ‘Folha de S. Paulo’, que teve acesso ao relatório da SSP-AM e Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária).
Conforme o jornal, pistola com munição custava entre R$ 1,5 mil e R$ 3 mil. Facões desviados da cozinha custavam R$ 200 a unidade, mesmo valor para celulares. Uma garrafa de uísque saída por R$ 1 mil.
Em nota, a SSP informa que ainda não pode ser atribuída responsabilidade dos envolvidos, que são investigados na condição de suspeitos. “É importante ressaltar que a posse de tais armas de fogo por parte do grupo rebelado, todos membros da FDN (Família do Norte), foi crucial para que eles atingissem o seu objetivo”, qual seja a morte dos internos da facção rival (PCC – Primeiro Comando da Capital) e de outros internos em condições de vulnerabilidade”, afirmam, no inquérito, segundo a ‘Folha’, os delegados responsáveis pela investigação.
Leia na íntegra a nota da SS-AM.
A Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP) informa que, em decorrência dos crimes ocorridos em cadeias de Manaus em janeiro de 2017, uma força tarefa com a participação de diversos órgãos foi criada para apurar os fatos. A Polícia Civil do Estado abriu três inquéritos para investigar os homicídios cometidos durante as rebeliões no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa e na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP).
Os inquéritos referentes ao Compaj e a Cadeia Pública foram concluídos há cerca de 30 dias e entregues à Justiça. Atualmente, estão tramitando na 1ª Vara e 2ª Vara do Júri. O inquérito sobre as mortes na UPP está em fase final.
No decorrer das investigações, sobre o ocorrido no Compaj, houve indícios da participação de um ex-diretor do presídio, um sargento da reserva da Polícia Militar, em possíveis atos ilícitos. Mas as investigações ainda estão em curso e nada restou comprovado até o momento. Ressalta-se que um outro inquérito será aberto para cuidar especificamente do assunto.
A SSP ressalta que, havendo provas do envolvimento de qualquer agente da segurança pública em atos ilícitos, os acusados irão responder, também, administrativa e disciplinarmente junto à Corregedoria-Geral do Sistema de Segurança Pública do Amazonas.