Da Redação
MANAUS – Em resposta ao pronunciamento do governador Wilson Lima feito na tarde desta segunda-feira, 13, o Sinteam (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas) divulgou nota, no início da noite, para dizer que “houve a quebra de uma mesa de negociação sugerida por ele [Wilson Lima].
O governador disse que esgotou todas as possibilidades do governo nas negociações com a categoria e que não houve qualquer manifestação positiva, mas manifestação de radicalismo contra ele e sua equipe.
“Os dois movimentos não se entendem e há um viés político-partidário muito grande por trás desses dois grupos, que trabalham fortemente em duas frentes”, disse o governador, ao se referir ao Sinteam e à Asprom-Sindical (Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus).
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O Sinteam afirma que não houve intransigência por parte do movimento dos professores e que o sindicato “nunca faltou com respeito com ninguém nem com as entidades e nem com membros do governo”.
Na nota, o Sinteam também informa que “desde o início das negociações o governador não tinha interesse em receber ou negociar o reajuste” com o sindicato, e lembra que solicitou audiência em janeiro, mas Wilson Lima só recebeu os professores no dia 7 de maio.
A seguir, a nota assinada pelo Comando de Greve:
NOTA OFICIAL
O Comando de Greve do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (SINTEAM) foi surpreendido na tarde de hoje com a ‘quebra’ da mesa de negociação por parte do governador Wilson Lima.
Na última sexta-feira, 10, aconteceu a última rodada de negociação com o governo, em que foi apresentada uma contraproposta para a categoria, que será apresentada amanhã, em assembleia geral da categoria.
Hoje, o governador convoca uma coletiva fazendo acusações ao sindicato e sua diretoria.
Sobre o pronunciamento do governador Wilson Lima, o SINTEAM tem a esclarecer:
1 – O SINTEAM nunca faltou com respeito com ninguém nem com as entidades e nem com membros do governo;
INTRANSIGÊNCIA
2 – Nunca houve intransigência de nossa parte. Pelo contrário. Houve por parte do governo. Pedimos audiência com o governador Wilson Lima no dia 2 de janeiro, mas ele só atendeu o sindicato no dia 7 de maio. E ainda impôs uma dinâmica ao movimento sindical, mesmo sendo o SINTEAM o sindicato com carta sindical e que negociou todas as campanhas salariais nos últimos 40 anos;
3 – Mais uma prova de que não há intransigência de nossa parte: este ano realizamos uma campanha salarial com uma mesa de negociação com membros da Asprom, um movimento dissidente do sindicato, por exigência do próprio governo. Aceitamos justamente porque não somos intransigentes e queremos o melhor para a nossa categoria.
4 – Importante ressaltar que todas as negociações da greve do ano passado foram feitas com o SINTEAM e tivemos uma importante vitória na greve de 2018, com a conquista de 24,91% de reajuste salarial.
5 – Alias, sobre esse ponto, vale ressaltar que o governador tenta se apropriar do reajuste de 9,38% de 2016, negociado durante a greve do ano passado e que foi pago em janeiro desse ano. Tenta também ludibriar a sociedade quando afirma que foi ele que concedeu o reajuste. Isso não é verdade.
6 – Ainda sobre intransigência, o que percebemos é que desde o início das negociações o governador não tinha interesse em receber ou negociar o reajuste com o SINTEAM.
MOVIMENTO POLITICO-PARTIDARIO
7 – O governador alega que o movimento é político-partidário, o que é um equívoco. O movimento sindical tem pessoas filiadas a partidos, assim como o governador é. A Constituição permite. A diferença é que ele governa o estado e o sindicato representa a categoria;
8 – A greve não é do sindicato. É da categoria. Sozinho o sindicato não tem força para uma greve. Todas as decisões são tomadas em assembleia geral. Amanhã, às 16h, temos a nossa no Rio Negro Clube.
9 – Houve a quebra de uma mesa de negociação sugerida por ele. O que nos espanta é o discurso do governador com o mesmo conteúdo de um áudio sem identificação que circulou ontem em grupos de whats app.
10 – Esperamos que ele não baseie seu governo em Fake News.
COMANDO DE GREVE DO SINTEAM