Da Redação
MANAUS – Líderes do Sindicatos dos Médicos do Estado do Amazonas mantiveram assembleia geral para sábado, 3, para decidir sobre greve no serviço público. A decisão ocorreu após reunião com o secretário de Fazenda, Alex Del Giglio, na tarde dessa segunda-feira, 29. Na reunião, os sindicalistas discutiram sobre possível retomada dos reajustes salariais, que estão suspensos até 2021 pela Lei nº 09/2019 aprovada pela ALE (Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas).
O consenso entre os sindicalistas é que a decisão foi equivocada e que o governo deveria olhar primeiro para outras despesas “que estão supervalorizadas” e que não têm uma explicação plausível.
A presidente em exercício do Simeam (Sindicato dos Médicos do Estado do Amazonas), Patrícia Sicchar, disse que a entidade pode ajudar a encontrar mecanismos para o aumento de arrecadação e que em nenhum momento os representantes de classe foram chamados. “Este projeto de lei foi aprovado na Assembleia sem nenhum diálogo e nem abertura de comissão. Precisa ser revogado! Após isto sentaremos com o governo para juntos encontrar medidas de redução de custos e também para aumentar sua receita, pois o servidor está na ponta e sabe da realidade. O que estamos vendo no momento é um mau gerenciamento do dinheiro público e o funcionário público não pode pagar essa conta”, afirmou Patrícia Sicchar.
Na avaliação do economista Inaldo Seixas, não ficou claro se o governo está economizando em outros lugares (contratos). “Outro problema apontado é que o orçamento do ano passado enviado à Assembleia não teria previsto todas essas situações. Falta mais debate, um maior esclarecimento e transparência no processo de definir qual é o orçamento do estado. O próprio Tribunal de Contas sugeriu que, antes de cortar na pele do trabalhador, talvez devesse cortar nesses contratos que não estão bem claros para a sociedade porque custam tanto. Mas, infelizmente, o estado está tentando economizar à custa do salário do servidor”, disse Seixas.
Os dirigentes sindicais querem uma audiência com o governador Wilson Lima antes da assembleia de sábado.
O secretário de Fazenda Alex Del Giglio repetiu que o gasto com pessoal é um item delicado. “A questão mais sensível, hoje, no Estado, são os gastos com pessoal. A gente tem um insuficiência orçamentária que eu venho repetindo sempre, da ordem de R$ 1,6 bilhão, e para fazer frente a essa insuficiência orçamentária foram realizados vários estudos, inclusive um pacote de medidas foi aprovado na Assembleia Legislativa. Além disso, houve um decreto de qualidade do gasto que já tem seus efeitos, com redução média de R$ 50 milhões por mês”, afirmou Del Giglio, ao ressaltar que a concessão de reajustes às categorias no próximo ano está condicionada à retomada do equilíbrio fiscal para que o estado se enquadre aos limites permitidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) para gastos com pessoal.