Por Marianna Holanda, da Folhapress
BRASÍLIA – O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta segunda-feira (14) que o general Silva e Luna, presidente da Petrobrás, aguenta a pressão, “como bom nordestino”. “Silva e Luna é resiliente, sempre foi. Como bom nordestino, aguenta pressão”, afirmou Mourão a jornalistas. O general é pernambucano.
O vice-presidente disse estar acompanhando a questão dos combustíveis e que o governo está procurando soluções, como a redução do PIS/Cofins. Mas criticou intervenção no preço da estatal, como foi sugerido por Jair Bolsonaro (PL) semana passada. “Intervenção no preço é algo que, a gente sabe como começa e o término é sempre uma bagunça”, disse.
No final de semana, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que qualquer um pode ser trocado no governo, quando questionado sobre a possibilidade de o general deixar o cargo.
Bolsonaro também evitou adjetivar a gestão do seu indicado à Petrobras, disse apenas que Silva e Luna está “investindo a médio e longo prazo”.
O presidente disparou também contra o reajuste da Petrobrás, e disse que a empresa demonstra não ter sensibilidade com a população. “É Petrobras Futebol Clube e o resto que se exploda”, afirmou.
A pressão de acionistas da Petrobras por reajustes e o receio de desabastecimento manifestado por integrantes da companhia e por políticos do Nordeste deflagraram a decisão da estatal de anunciar um mega-aumento nos preços de combustíveis.
O reajuste foi concedido após quase dois meses sem repassar para as bombas a alta dos preços internacionais do petróleo.
Integrantes do governo disseram à Folha que o presidente ficou contrariado com a decisão da estatal de anunciar o reajuste justamente na quinta-feira, data da votação do projeto que era a aposta do governo para conter os preços nas bombas.