Da Redação
MANAUS – Entre quinta-feira, 14, e esta sexta, 15, morreram sete pessoas por falta de oxigênio no município de Manacapuru (a 68 quilômetros de Manaus), segundo a 2ª Promotoria de Manacapuru. O prefeito da cidade, Beto Dangelo, já havia alertado durante a semana para a possibilidade de o estoque do insumo acabar.
Leia mais: Prefeito de Manacapuru (AM) diz que está regrando oxigênio à espera de reposição
De acordo com a promotora de Justiça Lilian Nara Pinheiro de Almeida, a necessidade diária do município é de 200 cilindros ao dia, cada um com 10 metros cúbicos, para a manutenção da vida dos pacientes que se encontram em estado grave. Porém, só há 32 cilindros disponíveis, o que obriga a equipe médica a dividir um cilindro para três pacientes e o restante está sendo suprido através de manobras de reanimação cardiorrespiratória. Almeida alerta que “tais medidas são paliativas (de alívio momentâneo) e, se mantidas, resultarão em mais mortes nas próximas horas”.
O MP-AM (Ministério Público do Amazonas) ajuizou então uma Ação Civil Pública para garantir a normalização do fornecimento de oxigênio no município. Entrou também com uma ação urgente para garantir a vida de pelo menos 52 pessoas que estão internadas com a Covid-19, sendo que 14 estão na UCI (Unidade de Cuidados Intensivos) do Hospital de Campanha e precisam de oxigênio.
Na ação, o MP pede que a Justiça determine o fornecimento no prazo máximo de 24 horas de 100 cilindros de 10 metros cúbicos de oxigênio medicinal para Manacapuru, o que corresponde à metade da necessidade diária. Além disso, pede que seja fornecido, em 72 horas, mais 150 cilindros. E que, em cinco dias, seja normalizado o fornecimento do insumo ao município.
Segundo dados da FVS (Fundação de Vigilância em Saúde), Manacapuru é o primeiro município em número de óbitos por Covid-19 em todo o Amazonas, com 197 mortes registradas até esta sexta-feira, 15. O município já tem 5.060 casos registrados acumulados desde o início da pandemia.