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Da Folhapress
SÃO PAULO – O Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) destinou R$ 67,4 milhões a ações de combate ao novo coronavírus. Entre as iniciativas coordenadas pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), destacam-se o conserto de centenas de respiradores mecânicos, além da produção e das doações de insumos essenciais ao sistema de saúde em meio à pandemia.
“O Senai possui hoje a maior rede de apoio à inovação e ao aumento de produtividade na indústria, que está sendo colocada à disposição de toda a sociedade brasileira neste momento em que o Brasil e o mundo enfrentam um grave problema”, afirma Robson Braga de Andrade, presidente da CNI.
O maior aporte foi o do Edital de Inovação para a Indústria, no valor de R$ 15 milhões, destinados a 25 projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I). O objetivo é colocar no mercado a curto prazo testes rápidos para diagnóstico da Covid-19, por exemplo.
Já foram selecionados 34 projetos, em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), que também destinaram outros R$ 15 milhões próprios.
Responsável por um dos projetos financiados pelo edital, a empresa Hi Technologies ampliará a oferta de 10 mil para 500 mil testes rápidos por mês, com o custo unitário sendo reduzido de R$ 130 para R$ 60. Com isso, estima-se uma economia de R$ 35 milhões por mês para os consumidores e para o sistema de saúde.
Ainda dentro da iniciativa de ampliar o número de testes rápidos, o Senai tem capacidade de processar em seus laboratórios mais de 1,2 mil testes padrão ouro da Organização Mundial da Saúde por dia.
O Senai também coordena uma iniciativa de manutenção de respiradores mecânicos, em parceria com 20 empresas e institutos de pesquisa, entre eles ArcelorMittal, Fiat Chrysler Automóveis (FCA), FioCruz, Ford, General Motors, Honda, Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e POLI-USP.
A rede recebeu 2.647 equipamentos, que estão sendo consertados sem custo para os hospitais. Destes, 666 já foram entregues até segunda-feira, 11. Outros 1.173 respiradores estão em manutenção, e 263, em processo de calibração.
A meta é consertar 3.600 respiradores que estão fora de funcionamento Brasil afora, com custo estimado de R$ 5 mil para cada equipamento. A economia para o sistema de saúde é de R$ 18 milhões, com potencial de salvar 36 mil vidas, em um conta de dois pacientes por mês usando cada respirador,ao longo de cinco meses.
Durante as últimas semanas, a Fundação Casas Bahia, braço social da Via Varejo, realizou o resgate de 18 respiradores que não estavam funcionando em hospitais de nove municípios do estado de São Paulo.
Equipes de transporte da companhia percorreram 1.600 km para transportar os equipamentos às montadoras Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo, e Hyundai, em Piracicaba, para a realização dos consertos. Essa força-tarefa nacional é promovida pelo Ministério da Economia e pela General Motors, também em parceria com Senai e outras montadoras.
“Contamos com uma operação dedicada para essas coletas por conta das especificidades dos materiais. Nossa atuação é desde o planejamento, a roteirização e o contato com parceiro logístico”, explica Hélio Muniz, diretor presidente da Fundação Casas Bahia.
Além de apoiar a força-tarefa de reparo dos respiradores, o Senai também dá suporte à produção nacional dos aparelhos. Pelo menos 5.000 novos equipamentos serão fabricados no Brasil e destinados ao sistema de saúde, com uma economia estimada de até R$ 125 milhões.
Em Santa Catarina, o Senai apoiou a empresa Leistung a formar uma parceria com a WEG para aumentar a capacidade de produção de 5 para 50 respiradores ao dia. A meta do consórcio é produzir 500 respiradores.
Outro braço de atuação é no apoio às empresas para que ampliem a produção de equipamentos de proteção individual (EPIs), tanto hospitalares quanto de uso comum, com investimento de R$ 28,8 milhões. Além de fabricar os materiais em suas instalações, o SENAI oferece consultoria e suporte na especificação e fabricação dos produtos e no desenvolvimento de novas tecnologias. Outra vertente é a oferta de material antisséptico para ampliação da produção nacional e substituição de insumos importados.
O apoio na produção, doação e distribuição de itens em 23 estados contou com a parceria de 270 empresas. Já foram distribuídos 1 milhão de máscaras cirúrgicas (no valor de R$ 10 milhões) e 2,2 milhões de máscaras de uso comum (R$ 11 milhões); 133 mil vestimentas hospitalares (aventais, capotes, toucas e propés, ao custo de R$ 2,6 milhões); 262.500 protetores faciais faceshield (R$ 2,6 milhões) e 140 mil litros de álcool antisséptico (R$ 2,5 milhões).