MANAUS – Alertar a população sobre a importância de combater, ainda antes do verão, o mosquito transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya. Esse é o objetivo da Semana Nacional de Mobilização dos setores da Educação, Assistência Social e Saúde, que nesta quinta-feira, 26, teve como o “Dia D” de intensificação das ações. Para marcar a data, uma ampla programação foi realizada no Centro de Convivência da Família Magdalena Arce Daou, no Santo Antônio, zona Oeste.
Segundo o secretário municipal de Saúde (Semsa), Marcelo Magaldi, a Semana está sendo realizada pela Prefeitura de Manaus em parceria com a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) e várias secretarias estão unindo os esforços para reduzir os riscos de elevação das doenças transmitidas pelo Aedes no período chuvoso. “Precisamos reforçar junto à população de que é necessário descartar o lixo corretamente, evitar acúmulo de água em recipientes domésticos e fazer um check list semanal, reservando 10 minutos para olhar nossa casa e nosso quintal”, alertou.
O ciclo de vida do Aedes aegypti, do ovo à fase adulta, é de sete a dez dias. “Por isso, se a eliminação dos criadouros for feita semanalmente este ciclo é interrompido e não há novos mosquitos, ou seja, agindo uma vez por semana evita-se que o ovo se transforme em larvas, que posteriormente se tornarão os mosquitos”, reforçou Magaldi.
Durante esta Semana de Mobilização, as ações estão concentradas principalmente em escolas, unidades de saúde e organizações de bairros. Nas escolas, as ações estão sendo feitas por meio do programa Saúde na Escola, da Secretaria Municipal de Educação (Semed), desenvolvido que atualmente em 164 escolas. “Vamos reforçar a orientação junto aos estudantes para prevenir e eliminar criadouros e também implementar as Brigadas de Combate ao Aedes nesses espaços”, informou Magaldi.
A diretora do Departamento de Vigilância Ambiental e Epidemiológica da Semsa, Adriana Elias, destacou que, além das escolas, as equipes de endemias estão reforçando a abordagem junto à população para informar sobre a maneira correta de evitar a proliferação do Aedes nos locais de moradia e trabalho. Ela explica que as chuvas, que este ano começaram mais cedo, facilitam o aumento dos mosquitos porque os ovos depositados durante o período não chuvoso eclodem quando recebem água suficiente para o seu desenvolvimento. “Os ovos são muito resistentes e podem aguardar por vários meses para eclodir”, destacou.
Os agentes de endemias já iniciaram o levantamento de riscos para a transmissão da doença nos quatro distritos da capital. O trabalho será concluído no mês de novembro, quando os resultados serão apresentados.
A abertura do Dia D reuniu exposições sobre prevenção à doença e combate ao Aedes aegypti e diversas apresentações culturais feitas por crianças e por idosos da Universidade Aberta da Terceira Idade (Unati), que aderiu à Semana de Mobilização, sendo apoiadora da ação. Uma das apresentações culturais foi feita pelos Garis da Alegria, da Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp). O grupo, com bom humor, dança e música, chamou a atenção para a responsabilidade de cada um no descarte adequado de lixo e na limpeza periódica de casas e quintais.
Redução no número de casos
Conforme dados da Semsa, Manaus registrou uma redução significativa das três doenças transmitidas pelo Aedes – dengue, zika e chikungunya – entre 2016 e 2017. No ano passado foram 161 casos confirmados de febre chikungunya até o mês de outubro e, no mesmo período deste ano, 47. De dengue, foram 817 notificações contra 499. E, em relação ao zika vírus, enquanto no ano passado foram confirmados 4.322 casos, este ano foram 313 casos.
“Temos feito um esforço enorme para controlar essas doenças e, por isso, sensibilizar a população com ações regulares é fundamental”, disse o secretário.