Por Jullie Pereira, da Redação
MANAUS – A Semsa (Secretaria Municipal de Saúde) está orientando profissionais das unidades de saúde do município sobre a possibilidade de um surto de difteria em Manaus. A secretaria segue informe do Ministério da Saúde, que mantém alerta após a cidade de Lima, no Peru, registrar cinco casos e dois óbitos decorrentes da doença.
“Todos os casos suspeitos devem ser notificados imediatamente por todos os estabelecimentos de saúde utilizando-se a Ficha de Investigação da Difteria do Sistema de Agravos de Notificações”, diz documento (Nota Informativa n° 001, do dia 10/11/2020) distribuído pela Semsa ao qual o ATUAL teve acesso.
A difteria provoca sintomas parecidos com os da Covid-19, como dor de garganta, febre elevada e dificuldade em respirar. Outros sintomas são glândulas inchadas, palidez, amígdalas coberta por membrana acinzentada. Os profissionais da saúde de Manaus devem notificar todos os casos suspeitos para a Semsa.
A última vez que um caso de difteria foi registrado no Amazonas aconteceu em 2010. Entre 2010 e 2019, 662 casos foram registrados no no Brasil e desses, 77 foram confirmados. A Semsa informa que a doença é potencialmente letal.
“A difteria é uma doença grave, potencialmente letal, e embora controlada no Brasil, está presente em outros países. São necessárias estratégias para aumento das coberturas vacinais”, diz a Semsa, em nota informativa divulgada em 10 de novembro.
A difteria é transmitida por contato físico e respiratório.
O documento da Semsa informa que vacina é a melhor forma de combate à doença e pede que todo usuário que adentrar nas unidades de saúde do município deve ter a situação vacinal avaliada e ser encaminhado à sala de vacinação para atualização.
De acordo com a secretaria, considera-se adequadamente vacinado contra a difteria quem recebeu três doses de vacina DTP (difteria, tétano e coqueluche) ou tetravalente (DTP+Hib) ou pentavalente (DTP+Hib+Hepatite B) contra difteria, tétano, coqueluche, infecções graves causadas pelo haemophilus influenzae e hepatite B.
Entre as crianças, a imunização é feita com doses de dupla infantil (difteria e tétano) de 2,4 a 6 meses de idade, com intervalo de no mínimo 30 dias entre as doses.
Caso os pais não comprovem a aplicação das vacinas corretas nas crianças, o esquema de vacinação deve ser iniciado de acordo com a idade.
Para os maiores de 7 anos, devem ser aplicadas da vacina DT (duplo adulto), com intervalo mínimo de 30 dias entre as doses e reforço a cada dez anos.
As mulheres gestantes também devem ser vacinadas contra a doença.
Por fim, a Semsa recomenda no documento que os cuidados sejam redobrados pelos servidores nas unidades de saúde, com uso de equipamentos de proteção individual e manter isolamento social para evitar contágio em caso de contato com pessoas infectadas pela difteria.
Questionada, a Semsa não respondeu se algum caso foi registrado na cidade até o momento.