Bruno Strahm, especial para o AMAZONAS ATUAL
MANAUS – A greve na Ufam (Universidade Federal do Amazonas) completou 40 dias nesta sexta-feira, 24, e sem perspectiva de fim. Conforme foi apurado pelo AMAZONAS ATUAL com o comando grevista, as negociações estão caminhando lentamente diante da posição irredutível do governo federal.
A categoria reivindica 27% de reajuste salarial, além da reestruturação da carreira do docente federal e autonomia administrativa da universidade, enquanto o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, em Brasília, acena para um reajuste de 21,3% parcelado anualmente de 2016 a 2019, além de não querer tratar das outras demandas.
Segundo Lino João de Oliveira Neves, 1º vice presidente da ADUA (Associação dos Docentes da Ufam), a proposta do governo federal significa uma perda salarial de pouco mais de 5% sobre o salário dos professores.
“Nós achamos a proposta apresentada no último dia 25 de junho imprópria, e eles mantiveram a mesma posição na última conversa nesta terça-feira, 21, portanto, não avançamos em nenhum sentido”, comentou.
Decidida pela maioria dos docentes em assembleia geral nos campi da capital e do interior do Amazonas, no dia 9 de junho, a greve na Ufam foi deflagrada no dia 15 do mês passado e acompanhou o movimento nacional de outras 40 instituições federais espalhadas pelo país na mesma situação.
No entanto, a decisão não foi acatada por um grupo de professores das faculdades de Direito e Tecnologia que decidiram por conta própria continuar com as aulas. Por meio das redes sociais, estes professores têm repetido a frase em postagens onde lê-se “Em aula por tempo indeterminado”.
“É um termo usado de maneira equivocada pelos colegas. As aulas continuam em condições de anormalidade. Existem muitos professores substitutos – de contrato temporário -, e em estágio probatório, que sofrem assédio moral da administração da Ufam para que continuem a dar aulas. Além dos professores que não têm dedicação exclusiva à docência e que possuem outros empregos. Eles não chegam a ser um movimento, são um grupo pequeno, a greve foi decidida de maneira democrática pela maioria e esses colegas decidiram por não acatar a decisão, assim como houve professores que votaram pela não-greve que acataram a decisão dos seus pares”, finalizou Lino João.