Da Redação
MANAUS – Com 22 mulheres assassinadas em crimes de feminicídio nos últimos três anos na capital, grupos de defesa dos direitos da mulher promoverão manifestação em Manaus, nesta sexta-feira, 8, com seis representações artísticas e pronunciamentos. As atividades ocorrerão em locais do Centro na cidade, a partir das 14h, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher.
Os protestos abordarão questões como violência contra a mulher, educação, reforma da Previdência, saúde e reforma trabalhista. Dados da SSP-AM (Secretaria de Segurança Pública do Amazonas) mostram que até o início de março deste ano, houve três casos de feminicídios. Os agressores foram os próprios companheiros, segundo a delegada Débora Mafra, da Delegacia Especializada em Proteção à Mulher.
Em todo o país, 4,7 milhões de mulheres foram agredidas no ano passado. Por hora, foram 536 agressões, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Dessas ocorrências, 76,4% dos agressores eram conhecidos da vítima. Cônjuges, namorados ou companheiro correspondem a 23,8% dos agressores.
“O agressor é afastado do lar. É colocado um limite mínimo, entre ele e a vítima, que abrange os seus familiares dela e das testemunhas. Ele não pode entrar com nenhum tipo de comunicação com a vítima, nem por rede social, por telefone e nem bilhete”, disse Mafra, sobre medida protetiva.
Quando a mulher não pode permanecer na casa, os policiais vão à residência e recolhem os pertences e a vítima indica um local para ficar em segurança. “Caso ela não tenha um lugar seguro para ficar, a gente tem a ‘Casa Abrigo’, da qual ninguém tem o endereço. Temos o aplicativo Alerta Mulher para risco iminente de vida”, disse Mafra.
A manifestação é promovida pelo movimento Mulheres 8M e a concentração será na Praça da Saudade.