
Sei
A administração pública federal tem buscado soluções, visando a redução de custos, mais precisamente as despesas correntes. Um exemplo é a implantação do SEI – Sistema Eletrônico de Informações que na prática permuta o papel pelo digital. Ele possui recursos de assinatura eletrônica, edição e envio de processos virtualizados.
O Ministério da Economia chegou à marca de 500 serviços digitais, tal fato está inserido no plano de transformação digital do Governo Federal que tem, dentre outras possibilidades, a carteira de trabalho digital, solicitação de aposentadoria, certificado de vacinação e profilaxia, carteira estudantil. A previsão de economia é cerca de R$ 1,7 bilhão, anualmente, aos cofres públicos. Sem contar o que o cidadão poupa por não ter a necessidade presencial de demandas os serviços públicos.
.gov
A transformação digital é um instrumento de garantia da cidadania, da eficiência e impessoalidade. De um lado, as tecnologias inseridas no processo administrativo propiciam um elevado nível de transferência, e de outro o aumento da interoperabilidade governamental. A capacidade de interação com o público, nos diversos órgãos da administração pública, corrobora com a visão do Estado Brasileiro como um prestador de serviços.
Atualmente, o governo federal oferece cerca de 3 mil diferentes serviços à população contemplando toda a administração direta, autarquias e fundações. O detalhe é o acesso via celular. Estima-se que em 2022 a economia anual chegue a R$ 7 bilhões, quando os serviços estiverem 100% digitalizados. Cerca de 70% dos brasileiros, acima de 10 anos de idade, acessam a internet os quais totalizam cerca de 126 milhões de pessoas. Lembrando que alguns robôs já dão suporte em atendimentos, permitindo economias com call-center. A estimativa é de reduzir cerca de 40 milhões de atendimentos presenciais.
Não sei
Alguns estudos apontam para uma perspectiva de ganhos de 15% de produtividade, dos quase 11,5 milhões de funcionários públicos do Brasil, o que representaria uma economia de aproximadamente 1 Trilhão de reais. Mais do que a reforma da previdência.
A melhoria da maturidade tecnológica, da administração pública, traz consigo alguns desafios: foco na produtividade, interoperabilidade e governança. Se na indústria a capacidade produtiva é o principal objetivo, na administração pública a efetividade da prestação de serviços é a percepção principal. Sistemas interoperáveis permitirão um único registro do cidadão com inúmeras vertentes e possibilidades de uso, além da contribuição para a elaboração de políticas públicas.
Governança na ponta dos dedos
Algumas pesquisas apontam que o Brasil tenha 230 milhões de smartphones, e que os brasileiros estão cada vez mais conectados – média de quatro horas e quarenta e oito minutos. Portanto, superando a China, Estados Unidos e Coreia do Sul no uso diário do celular. Os dados mostram que a população brasileira é adepta aos serviços digitais, apesar das desigualdades em nossas regiões. Em breve, além do voto, via urna eletrônica, a governança estará nas pontas dos dedos.
(*) Professor da UFAM (Universidade Federal do Amazonas), Pós-doutoramento em Engenharia e Gestão Industrial pela Universidade do Porto e Doutor em Engenharia de Produção pela UFSC, Universidade Federal de Santa Catarina. Diretor Adjunto da FIEAM, Federação das Indústrias do Estado do Amazonas.
Os artigos publicados neste espaço são de responsabilidade do autor e nem sempre refletem a linha editorial do AMAZONAS ATUAL.