Da Redação
MANAUS – Ainda sem data definida para o retorno das aulas presenciais, a Seduc (Secretaria de Estado de Educação) iniciou, nesse domingo, 14, uma pesquisa com pais de alunos e professores para conhecer o cenário pós-medidas de isolamento social e de suspensão das aulas presenciais. A intenção é adaptar as atividades pedagógicas e protocolos de saúde à realidade da comunidade escolar.
Os questionários estão disponíveis no site da Seduc (www.educacao.am.gov.br). Quatro questionários foram elaborados na plataforma Google Forms direcionados a diferentes públicos: pais e responsáveis; servidores administrativos; professores e pedagogos; e gestores.
As pesquisas abordam a saúde física e mental da comunidade escolar, se houve falecimento na família causado pela doença no período de isolamento, por exemplo. Para os gestores, pedagogos e professores, estão sendo levantadas, ainda, informações sobre as metodologias aplicadas durante o regime de aulas não presenciais, as atividades planejadas para o retorno às salas de aula e como a escola e o corpo docente podem dar suporte aos estudantes.
A partir das respostas, a pasta pretende desenvolver estratégias de atenção psicossocial e pedagógicas, segundo explica Luis Fabian Barbosa, secretário de educação em exercício. “Existem recomendações gerais baseadas nos protocolos de saúde que estão sendo seguidas no mundo todo, mas precisamos de um diagnóstico da rede estadual para saber como adaptar essas medidas para nossa realidade”, diz.
Ana Cristina Rodrigues, presidente do Sinteam (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas), diz que a iniciativa da consulta é válida, mas ainda há preocupação quanto a aplicação das medidas de segurança. “Hoje as turmas já estão super lotadas, diferente de uma escola particular que tem por sala 22 alunos e quando for fazer qualquer medida de rodízio serão 11 alunos no máximo por turma. A rede pública não é dessa forma. Há salas com 56 alunos e se você dividir esses meninos em duas turmas para fazer rodízio, mesmo assim a sala estará super lotada”, diz.
Rodrigues afirma que é importante que haja os EPIs (equipamento de proteção individual) e a presença de um profissional para atestar a saúde dos trabalhadores. “A nossa dúvida continua a mesma. É saber se o Estado tem EPIs suficientes para todos os alunos e trabalhadores em educação. E se também tem como verificar a questão da saúde desse trabalhador da forma correta porque uma coisa é dizer como eu estou, a outra é um profissional de saúde atestar como eu estou”, afirma.
De acordo com a Seduc, seguindo os protocolos, já se sabe que a rede estadual de ensino deverá passar por uma série de ajustes e adequações que dizem respeito não somente à parte pedagógica, como também às questões infraestruturais de suas escolas.
Dentre algumas dessas mudanças, estão o aumento dos espaços entre as salas de aula; cancelamento de atividades em grupo; e, principalmente, a instrução e orientação aos pais, professores e estudantes sobre a importância de seguir os cuidados e recomendações para evitar a contaminação pelo novo coronavírus, dentre outros pontos.
Helma Sampaio, presidente da Asprom Sindical (Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus), diz que a pesquisa não oferece opções para quem tem opiniões divergentes ao retorno das aulas presenciais se sintam confortáveis em responder.
“Por exemplo, na questão sete não existe a opção onde os professores e os pais respondam que se sentiriam seguros ao retorno somente quando fosse comprovado cientificamente que os casos de infectados e mortes diminuíram em todo o estado do Amazonas. Somente quando a curva estivesse em decadência. Sem uma opção desse tipo a pesquisa realmente chega a ser tendenciosa”, critica.
Conforme divulgou o ATUAL, os sindicatos em educação criticaram a Seduc após o anúncio na última terça-feira, 9, pelo secretário de que a pasta pretende adotar o rodízio de alunos. As entidades afirmaram não terem sido consultadas e demonstraram preocupação com as garantias de segurança para o retorno.
De acordo com a Seduc, a pasta está reunindo informações e definindo estratégias conforme prevê o Consed (Conselho Nacional de Secretarias de Educação), que está trabalhando em diretrizes nacionais para os estados.
Também serão incorporadas ao planejamento experiências internacionais, as recomendações da OMS (Organização Mundial de Saúde) e diretrizes e recomendações de órgãos educacionais do Brasil e do mundo, como é o caso do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento); Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura); World Bank Group; e do movimento nacional ‘Todos pela Educação’.
Protocolos de saúde
Luis Fabian afirma que pretende seguir as orientações das instituições e protocolos internacionais de saúde que defendem um retorno cauteloso, gradativo e escalonado às atividades presenciais, para evitar um possível segundo ciclo da doença e, por isso, a necessidade de ouvir a comunidade escolar.
“Precisamos ter uma visão ampla do que as escolas vão precisar tanto em termos de infraestrutura como em termos pedagógicos. Por isso, é tão importante para nossa equipe ouvir toda a comunidade escolar”, afirma.
A infectologista pediatra Solange Dourado afirma que o risco sempre existe, mas com a adoção rigorosa das medidas de prevenção à Covid-19 pode ser reduzido.
“Risco sempre existe, mas a gente vai minimizar o risco. É o que todos nós estamos tentando fazer usando máscaras, álcool em gel. Com isso garante que não vai pegar a criança? Não, não existe essa garantia. Mas a gente tenta minimizar. Graças a Deus a doença não é tão grave nas crianças, mas de qualquer maneira ela pode acontecer e ter algum desfecho desagradável”, diz.
Solange Dourado afirma que neste momento é preciso que tanto a escola como a família pensem em alternativas juntos para que as crianças voltem às atividades escolares, mas priorizando a segurança e saúde.
“Sempre lembrando, é preciso que as crianças façam o uso da máscara, que eles não compartilhem mais bebedouros. Então a escola tem que providenciar que ele não fique acessível, porque as crianças às vezes não vão pensar, não vão ter o juízo. Cada criança levar de casa sua garrafinha, mas se não tiver, que a escola providencie alguma coisa descartável para poder beber água, não passar sede. Enfim, vão ter que ser montadas estratégias dos dois lados, tanto do lado da família quanto do lado da escola”, orienta.
Volta às aulas
A Seduc informa que o retorno às aulas presenciais ainda não está definido e depende da evolução dos casos e mortes pelo novo coronavírus no Amazonas.
Pra mim sobre o assunto de volta as aulas nao sao recomendável.. Temos parentes que sobre de doencas cronicas e sem fala que temos pessoas de idade entre a familia vamos evitá mais sofrimento a familia pela mor de Deus .. Somos seres humanos.. A única coisa que poder fazer é manter informado os professores e pedagoga pra procurar os números de telefone dos pais ou das maes que faca um grupo da sala so pra nao deixa de fszer tarefas .. Estou vendo escolas que bao estao tendo essa paciência e nem procura..nem fazer grupo !