MANAUS – O secretário de Segurança Pública do Amazonas, Sérgio Fontes, reclamou da imprensa após ser questionado em entrevista à Rádio Tiradentes, sobre as investigações da chacina que matou 37 pessoas em julho. “Talvez por não acompanhar, a imprensa diz que as investigações da chacina de São Paulo estão avançadas e de Manaus não”, disse. No último dia 26, o AMAZONAS ATUAL questionou a Secretaria de Segurança Publica do Amazonas sobre o caso e a informação repassada foi de que as mortes estavam sendo investigadas. Diante da falta de informação da SSP, o site publicou matéria com o seguinte título: “Chacinas: em SP, investigação a todo vapor; em Manaus, nada se sabe”
Na entrevista à emissora de rádio, o secretario informou que cerca de 20 pessoas envolvidas na chacina já foram presas, mas não divulgou nomes dos envolvidos. Depois da entrevista, por telefone, Fontes se limitou a informar os nomes dos presos no dia 14 do mês passado, que confessaram participação na morte de Joeliton da Silva Pessoa, 21 anos, ocorrida no dia 18 de julho. Essa informação já havia sido divulgada pela Delegacia Geral à imprensa, com a apresentação dos presos.
Os nomes dos outros envolvidos na “serie de mortes”, não foram divulgados por Sergio Fontes. À reportagem, ele informou que há três grupos de investigação: os caso já identificados como latrocínio estão sendo investigados pela DERF; os assassinatos que têm interligação estão sob investigação de uma força tarefa que reúne as polícias Civil e Militar, a Polícia Federal e o Ministério Público; os casos não interligados, são investigados pela Polícia Civil. Sérgio também disse que não pode divulgar os nomes dos envolvidos nos casos já esclarecidos porque alguns permanecem foragidos.
Entre os dias 17 e 19 de julho, 37 mortes foram registradas em Manaus. Segundo Fontes, 33 foram classificadas como homicídios, três latrocínios e um encontro de cadáver. A chacina teria sido motivada pela morte do sargento da polícia militar Afonso Camacho. Ele foi vítima de latrocínio – roubo seguido de morte, no dia 17 de julho, quando saia de uma agência bancária na zona sul da capital. No final do mês de agosto, a Polícia Civil prendeu e apresentou os nove envolvidas na morte do sargento. Até agora, as pessoas presas por envolvimento na chacina, não tiveram as identidades reveladas.
Outro caso que teria motivado as mortes, foi o latrocínio do vigilante Luzivan Gonçalves dos Santos, 33 anos. Ele morreu durante troca de tiros no Instituto de Pesquisas da Amazônia (Inpa), localizado na avenida Rodrigo Otávio, bairro Petrópolis, zona sul.
De acordo com o secretário, o crime foi descoberto pela DERF (Delegacia Especializada em Roubos e Furtos). Os suspeitos também estão envolvidos no assalto do Amazônia Golf Resort, localizado na rodovia AM-010, que liga Manaus a Rio Preto da Eva. O assalto no Resort foi realizado no dia 8 de agosto.
Sérgio Fontes disse que as investigações mostram que mortes foram praticadas por grupos de criminosos e que, devido ao número de tiros nas vítimas, os suspeitos estavam com sede de matar.
Sobre a participação de policiais nas mortes, Fontes disse que não descarta essa possibilidade. “Como investigador, eu tenho que desconfiar de tudo”, afirmou o secretário.
Narcotráfico
Na entrevista à Rádio Tiradentes, o delegado Sérgio Fontes disse que 70% dos problemas da segurança pública está ligada ao narcotráfico. Dos 641 homicídios registrados neste ano, 382 são ligados ao tráfico de drogas. “São jovens que geralmente morrem entre 21 e 30 anos; são assassinados próximo de suas residências e a metade responde a processo na Justiça por tráfico de drogas”.
Assaltos
O delegado também comentou sobre os assaltos a shoppings e a estudantes em paradas de ônibus, principalmente à noite, na saída das faculdades e escolas. Ele prometeu nos próximos colocar viaturas nas proximidades dos shoppings e faculdades no horário da saída para coibir a ação de assaltantes. “Geralmente são pessoas que roubam para comprar drogas”, disse Fontes.