Por Iolanda Ventura, da Redação
MANAUS – O secretário da Seap (Secretaria de Administração Penitenciária do Amazonas), Marcus Vinícius Almeida, voltou a afirmar, nesta quarta-feira, 29, durante entrevista coletiva, que “o governo do Estado não reconhece facção criminosa nos presídios”. Foi uma resposta ao juiz Glen Hudson Machado, que disse nesta quarta-feira que a Seap separa os detentos de acordo com a facção de cada um para evitar conflitos nos presídios.
Marcus Vinícius foi questionado pelo ATUAL sobre a declaração do juiz, e em resposta, o secretário negou a existência das facções dentro dos presídios e o uso de triagem para identificar a facção do detento e definir suas celas e pavilhões.
“O governo do estado não reconhece facção, nós temos metodologias, métodos para selecioná-los de modo que eles não se matem lá dentro”, disse. Ao ser questionado sobre a veracidade da afirmação do juiz Hudson Machado, o secretário não quis responder.
Não houve rebelião
Segundo o secretário, não houve rebelião, mas sim uma briga entre presos. “Está sendo veiculado por alguns meios de comunicação que houve uma rebelião. Temos que entender que o caso no Amazonas não foi de rebelião. O que houve foi uma briga entre os presos”, afirma.
De acordo com Hudson Machado, as 55 mortes aconteceram devido os conflitos entre as organizações criminosas. “Eu não sei porque razão ele (o secretário) não reconhece. A gente sabe que existem as organizações criminosas, facções dentro dos presídios. Tanto é que essas 55 mortes estão sendo atribuídas à briga entre facções”, afirmou o juiz.
Força Nacional
Sobre a solicitação do governador Wilson Lima de permanência da Força Nacional no Amazonas por mais um ano, Marcus Vinícius disse haver um parecer favorável do governo. “Já existe um indicativo do governo em aceitar a prorrogação da Força Nacional aqui. Os agentes enviados irão trabalhar internamente nas unidades prisionais. Eles têm um procedimento específico e iremos aprender com eles”, disse.
Segundo o secretário, até sexta-feira, 31, chegarão 100 homens da Força Tarefa de Intervenção Prisional e, a partir de quinta-feira, 30, os que já estiverem no Estado começam a atuar no patrulhamento das penitenciárias.