Da Redação
MANAUS – Entre 50 e 60 mortos, muitos deles decapitados, segundo o secretário de Segurança Pública do Amazonas, Sérgio Fontes, foi o resultado de rebelião no Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim), no quilômetro 8 da BR-174 (Manaus-Boa Vista/RR). Um verdadeiro massacre. Doze funcionários da empresa Umanizzare, que administra os presídios do Amazonas há mais de 20 anos, foram feitos reféns, mas já libertados. A rebelião começou na tarde desse domingo, 1º, e durou 17 horas. Em outro presídio, cerca de 116 presos fugiram do Ipat (Instituto Penitenciário Antônio Trindade). Apenas 23 foram recapturados.
A rebelião no Compaj envolveu presos que dizem ser integrantes de duas facções criminosas autodenominadas Família do Norte (FDN) e Primeiro Comando da Capital (PCC). Os que integram a FDN atacaram os que são associados ao PCC. “Trata-se de uma guerra pelo controle do tráfico de drogas no Estado”, disse Sérgio Fontes. O secretário não soube explicar porque as forças de segurança não conseguiram prevê e impedir o ataque dentro do presídio. Entre os mortos, está o ex-policial Moacir Jorge da Costa, o ‘Moa’, envolvido no caso do ex-deputado Wallace Souza.
‘Moa’ foi condenado a 12 anos de prisão pela participação no homicídio de Cleomir Pereira Bernardino, o Caçula, em janeiro de 2007. Ex-policial militar, ‘Moa’ estava no carro e ajudou Raphael Souza a matar Cleomir, conforme decisão do Conselho de Sentença.
Na manhã desta segunda-feira, 2, os policiais militares entraram no presídio. O IML (Instituo Médico Legal) retirou 25 corpos ainda na madrugada.
Especialista em segurança, José Vicente da Silva, disse em entrevista à Globo News que, em termos de segurança em presídios, é um erro deixar juntos presos de facções criminosas diferentes. “Em penitenciárias onde há criminosos com esse perfil, a vigilância deve ser constante, permanente e os detentos devem ser mantidos o tempo todo em alas separadas. É uma falha”, disse José Vicente.
Na rebelião do Compaj, os presos postaram fotos e vídeos dos mortos e cabeças dos detentos decapitados nas redes sociais.