
Da Redação
MANAUS – “A lei tem que ser feita para atender as maiorias e não as minorias”, afirmou o presidente Jair Bolsonaro em discurso na noite dessa terça-feira, 26, em culto geral de celebração organizado pela igreja Assembleia de Deus no Amazonas, no Centro de Convenções Canaã, na zona sul de Manaus.
Bolsonaro se dirigiu ao pastor Samuel Câmara, líder da Igreja Assembleia de Deus do Pará, questionando qual a necessidade de ceder ao posicionamento de minorias. “Prezado Samuel Câmara, se nós somos a maioria, por que cedermos à minoria? O senhor é professor de Direito Constitucional, mas eu entendo que a lei tem que ser feita para atender as maiorias e não as minorias. Respeitamos as minorias, mas nós, a maioria, o povo é que deve conduzir o destino de uma nação”, disse Bolsonaro.
Medo
O presidente relembrou a trajetória eleitoral para chegar até à Presidência, alegando que a tentativa de homicídio cometida por Adélio Bispo não foi um trampolim eleitoral. “Confesso que fiquei com muito medo quando me elegi presidente da República. Depois de um ato criminoso, onde eu vi a morte de perto, mas quis Deus que eu sobrevivesse. Naquele momento, aquele ato não foi o que me elegeu. Aquele ato, no meu entendimento, existiu por parte dos maus para que eu não enxergasse a Presidência”, afirmou.
Com o discurso marcado por citações religiosas empregadas na campanha eleitoral, Bolsonaro defendeu que a vitória nas urnas não foi resultado de falsas promessas políticas. “Cheguei calcado numa passagem bíblica, João 8.32: “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. E no meio político, meus prezados deputados federais, a verdade sempre está longe de nós, de todos nós, de mim também. Certa vez até durante a campanha, um jornalista conhecido falou, ‘Se você não mentir tu não vai chegar lá’”.

Bolsonaro defendeu a reforma da previdência, comparando-a como ação necessária para sanar problemas maiores. “Algumas medidas que tenho tomado não são doces, são amargas. A reforma da previdência é quase que uma quimioterapia. Mas quem precisa de quimioterapia sabe, se não passar por ela vai abreviar sua passagem aqui pela terra”, disse.
Bolsonaro afirmou ainda que a escolha de seus ministros foi medida pela capacidade de fidelidade ao presidente. “Depois das eleições um trauma: como escolher ministros. Se aceitar as indicações de partidos qual o perfil? A quem eles vão servir: ao partido ou ao presidente da República? Tivemos a consciência por parte de elites partidárias, conseguimos escolher aquilo que nós entendemos, um ministério técnico para poder atender o anseio daqueles aos quais nós somos realmente os empregados, que são vocês”, disse.