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© 2022 Amazonas Atual
José Ricardo

Se gritarmos juntos, Brunos e Doms não precisarão ser sacrificados!

14 de junho de 2022 José Ricardo
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Estive em vários municípios do Amazonas e comunidades indígenas e em todos existe um grito pela vida, pela terra, pelas matas, pelos rios. Mas esse grito é silenciado pelo discurso de riqueza fácil, pelo barulho das motosserras, das dragas nos rios e pelo brilho do ouro clandestino. Os que se insurgem contra esses crimes são criticados, perseguidos e muitos, mortos.

Ainda temos esperança de encontrar com vida o indigenista Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips, desaparecidos há dez dias na área do Vale do Javari/Amazonas. Mas, ao que tudo indica, somam-se a essas estatísticas de violência. Ontem, pela manhã, sugiram informações de que seus corpos teriam sido encontrados, amarrados a uma árvore. Mas o comitê de crise, coordenado pela Polícia Federal, não confirmou essa informação, afirmando apenas ter encontrado material biológico, que está sendo periciado, e pertences pessoais dos desaparecidos.

Ao longo da semana passada, vieram manifestações de todos os cantos do país e até do mundo. Todos cobravam urgência nas investigações e nas buscas aos desaparecidos. Participei de uma dessas manifestações, em Brasília, com Ato-Vigília organizado pela Funai (Fundação Nacional do Índio), cobrando ações urgentes nas buscas a Bruno e Dom.



A estrutura do Governo Federal, por meio do comitê das forças de segurança, envolvendo polícias federal, civil e militar, além das Forças Armadas, demorou para o início das investigações e buscas. Dois dias após o desaparecimento da dupla, o Comando Militar da Amazônia (CMA) ainda emitiu nota à imprensa informando que as ações sobre os desaparecidos só seriam iniciadas mediante o acionamento do Escalão Superior. E somente após quatro dias, com determinação da Justiça Federal do Amazonas, é que o Governo Federal enviou helicópteros da Aeronáutica e da Marinha para ajudar nas buscas.

Cobrei, via documento, que o Ministério da Defesa autorizasse o Comando Militar da Amazônia para também ajudar nessas buscas. Encaminhei ainda ofícios e vinha cobrando do Ministério da Justiça e Segurança Pública e da Polícia Federal investigação e apuração desse caso, juntamente com a Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas, da qual sou vice-coordenador. Além de ter cobrado à Mesa Diretora da Câmara Federal a aprovação de requerimento para a instalação de Comissão Temporária Externa para acompanhar in loco, com a urgência que o caso requeria.

Bruno Pereira e Dom Phillips estariam ajudando os indígenas a regularizar a pesca na região e faziam trabalho de campo e entrevistas em comunidades indígenas na região do Vale do Javari, próximo ao Município de Atalaia do Norte, onde se encontra a segunda maior reserva indígena do país, mas também estratégica para o tráfico e garimpo ilegal. Foram vistos pela última vez na manhã do dia 5 de junho, na Comunidade São Rafael. De lá, eles partiram rumo a Atalaia do Norte, viagem que dura aproximadamente duas horas, mas não chegaram ao destino.

Em entrevista no último domingo, ao Programa Fantástico, na Rede Globo, a esposa de Bruno Pereira, reconhecidamente defensor das causas indígenas, disse que nunca recebeu uma ligação de autoridades federais ou estaduais, com exceção de um delegado da Polícia Federal, para lhe dar apoio ou oferecer algum tipo de ajuda ou solidariedade. Lamentável! 

Bruno é funcionário da Funai, onde chegou a exercer cargos de coordenação, como de coordenador-geral de Índios Isolados e de Recém Contratados da Funai. Mas foi exonerado em 2019, após pressão de setores ruralistas ligados ao Governo Bolsonaro. Atualmente, está licenciado da Funai e atuando como assessor da Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari).

Já Dom Phillips, considerado um veterano na cobertura internacional, é colaborador dos jornais “The Guardian”, “Washington Post” e “The New York Times”. Está no Brasil há cerca de 15 anos e veio para a região amazônica relatar a crise ambiental brasileira e os problemas das comunidades indígenas, além de estar escrevendo um livro sobre a Floresta Amazônica.

É nítido o abandono da Amazônia por parte do Estado e do Governo Federal, com Funai sucateada, pequena estrutura da Polícia Federal em relação ao tamanho da Amazônia, além da Base Anzol funcionar de forma precária, para o enfrentamento, sobretudo, de atividades ilícitas nas áreas indígenas, que vem prejudicando pescadores e ribeirinhos daquela região.

Bruno e Dom vinham sofrendo ameaças, segundo a Univaja, com atuações de fiscalização e repressão a atividades ilegais nas terras indígenas, como ainda denunciando as questões ambientais nessa área. Ao menos seis ofícios foram enviados às autoridades pela Univaja entre fevereiro e maio deste ano e relatórios apontam ataques a tiros e omissão da Funai no Vale do Javari.

Até agora, somente um suspeito foi preso, portando munição de uso restrito e uma lancha, onde foram encontrados vestígios de sangue. Perícia ainda confirmará se é sangue humano ou animal. Segundo testemunhas, essa lancha apreendida teria perseguido o indigenista e o jornalista. Há mais envolvidos nesse desaparecimento? Teriam mandantes? Perguntas ainda não respondidas pela polícia. Vale salientar que esse suspeito já cometeu violência contra indígenas e ameaças contra a vida, segundo a entidade.

Todos ainda perguntam: onde estão Bruno e Dom? Quem mais poderá ser vítima do crime organizado, que atua em áreas clandestinas, principalmente, no garimpo ilegal? E o que é pior: com “vistas grossas” e talvez até anuência do Governo Bolsonaro. Governo esse que é anti-indígena, com inúmeros ataques a esses povos, e com diversos projetos no Congresso para retirar direitos dos povos originários.

E, principalmente, como a sociedade brasileira e o Amazonas se comportarão frente aos crimes que atingem diretamente os que defendem o meio ambiente e a vida. Ficaremos calados ou nos somaremos aos gritos pra calarmos as motosserras, as dragas ilegais, madeireiras clandestinas e o tráfico de drogas?

Temos que perguntar também onde estão as ações efetivas do Governo do Amazonas, além do envio das polícias civil e militar? É preciso aumentar a presença do Estado nessas áreas, com reforço na região de fronteira, de forma definitiva, concurso da Funai, para aumentar a estrutura, e ampliação da Base Anzol. Ainda esperamos por respostas sobre o paradeiro de Bruno e Dom. Se gritarmos juntos, Brunos e Doms não precisarão ser sacrificados!


*José Ricardo Wendling é formado em Economia e em Direito. Pós-graduado em Gerência Financeira Empresarial e em Metodologia de Ensino Superior. Atuou como consultor econômico e professor universitário. Foi vereador de Manaus (2005 a 2010), deputado estadual (2011 a 2018) e atualmente é deputado federal pelo Amazonas, filiado do PT.

Os artigos publicados neste espaço são de responsabilidade do autor e nem sempre refletem a linha editorial do AMAZONAS ATUAL.

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Assuntos Atalaia do Norte, Bruno Pereira, Dom Phillips, Vale do Javari
Cleber Oliveira 14 de junho de 2022
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