Da Redação
MANAUS – Ao ser questionado sobre a declaração contra o polo de duas rodas do PIM (Polo Industrial de Manaus), em visita ao CBA (Centro de Biotecnologia da Amazônia), na tarde desta sexta-feira, 31, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou que o Governo Federal quer “avançar na agenda da bioeconomia”, mas manterá “toda a atividade que já está sendo desenvolvida”.
“Nós queremos complementar aquilo que já vem sendo feito. Manter os investimentos, manter toda a atividade que já está sendo desenvolvida, mas avançar nessa agenda da bioeconomia, que tem um potencial muito grande, nacionalmente e internacionalmente”, disse Ricardo Salles.
Em entrevista ao site BR Político, publicada na quarta-feira, 29, ao falar sobre a criação da Secretaria da Amazônia “para colocar de pé as áreas de ZEEs (zoneamento econômico-ecológico)”, Salles disse que “em vez de continuar a dar subsídios a fundo perdido para o cara fabricar bicicleta na Amazônia, vamos fazer coisas que realmente precisam estar na Amazônia”.
A declaração gerou reações por parte de políticos e empresários, como o presidente do Cieam (Centro das Indústrias do Estado do Amazonas), Wilson Perico, que considerou o posicionamento do ministro “infeliz” e “ignorante”. “Primeiro, surpreso com a infelicidade. Ele fala de substituir o modelo Zona Franca, o que nós não concordamos”, afirmou o empresário, em entrevista ao ATUAL.
Nesta sexta-feira, ao ser questionado sobre o comando da Secretaria da Amazônia, Salles afirmou que o governo federal está “alinhando” a secretaria com o Conselho da Amazônia.
“O conselho foi decidido pelo presidente Jair Bolsonaro para gerar esse cuidado com a região. Será presidido pelo vice-presidente Mourão, que conhece muito a região, que tem a capacidade de articular todas as esferas que precisam estar envolvidas nisso”, disse o ministro.
Salles afirmou que Mourão fará a integração entre os ministérios da Economia, Agricultura, Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia, a Polícia Federal e as Forças Armadas “para avançar” no projeto.
Segundo o ministro, apesar de integrar o Ministério do Meio Ambiente, a Secretaria da Amazônia dará “substância para o trabalho do conselho da Amazônia”.