Da Folhapress
SÃO PAULO – O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) promoveu nesta segunda-feira, 29, seis trocas de ministros, após pressões do centrão. Veja quais foram as mudanças anunciadas.
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Casa civil da presidência da república
Entra: general Luiz Eduardo Ramos
Sai: general Walter Braga Netto
Na prática, as mudanças na Casa Civil são deslocamentos feitos dentro do próprio governo. Ramos, que estava na Secretaria de Governo, agora assume a Casa Civil. Braga Netto foi transferido para o Ministério da Defesa.
Ministério da Justiça e Segurança Pública
Entra: Anderson Gustavo Torres, delegado da Polícia Federal
Sai: André Mendonça
Também no Ministério da Justiça e Segurança Pública, Bolsonaro mexeu peças no xadrez da equipe ministerial. André Mendonça, que assumiu a pasta após a saída do ex-juiz Sergio Moro, em abril de 2020, sai do cargo para assumir a Advocacia-Geral da União.
A novidade é a chegada de Anderson Torres, que até então era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. Ele é considerado próximo da família Bolsonaro, inclusive do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente investigado no caso das rachadinhas.
Ministério da defesa
Entra: general Walter Souza Braga Netto
Sai: general Fernando Azevedo e Silva
O pedido de demissão de Azevedo, nesta segunda-feira, pegou de surpresa generais que integram o alto comando do Exército. Em carta, o militar agradeceu ao presidente e disse que, em seu período no cargo, preservou “as Forças Armadas como instituições de Estado”.
Braga Netto, que estava na Casa Civil, foi colocado no posto porque Bolsonaro quer estreitar sua relação com serviço ativo das Forças Armadas do governo. O novo titular é considerado mais alinhado ao presidente.
Ministério das relações exteriores
Entra: Carlos Alberto Franco França, embaixador
Sai: Ernesto Araújo
Com a situação de Ernesto Araújo insustentável no governo, Bolsonaro levou para o posto um embaixador de pouca expressão no Itamaraty, com uma carreira ligada ao cerimonial da chancelaria.
Ernesto, que pediu demissão no meio da tarde desta segunda-feira, é um admirador declarado do escritor Olavo de Carvalho. Sua queda, por influência do centrão e de outras forças políticas no Congresso, foi também um duro golpe na ala ideológica do bolsonarismo.
Secretaria de governo da presidência da República
Entra: Flávia Arruda (PL-DF), deputada federal
Sai: general Luiz Eduardo Ramos
Em um aceno ao bloco do centrão na Câmara, base de sustentação do governo na Casa, Bolsonaro colocou no cargo responsável pela articulação política a deputada Flávia Arruda (PL-DF). O presidente disse que, por ser presidente da CMO (Comissão Mista de Orçamento), ela tem bom trânsito com os pares.
O general Ramos foi transferido para a Casa Civil.
Advocacia-geral da união
Entra: André Luiz de Almeida Mendonça
Sai: José Levi
Mendonça volta à AGU (Advocacia-Geral da União) depois de ocupar o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Ele já tinha sido o advogado-geral da União no início do governo Bolsonaro, entre 2019 e 2020.
Levi entregou sua carta de demissão nesta segunda-feira. Antes de ser AGU, ele era procurador-geral da Fazenda.