BRASÍLIA – O presidente da CPI do BNDES, Marcos Rotta (PMDB-AM), defendeu novamente, nesta terça-feira (23), mudanças no parecer do relator da Comissão, deputado José Rocha (PR-BA). Na avaliação de Rotta, o relatório é propositivo e tecnicamente muito bom, mas “não é conclusivo na apuração do tráfico de influência, de desmando e falta de transparência” amplamente documentados em cerca de 14 milhões de páginas reunidas pela CPI.
Ainda nesta terça-feira, Rotta se reúne com outros integrantes da Comissão que defendem mudanças no texto para tentar sensibilizar o relator pela revisão de seu parecer. A leitura do documento foi concluída em sessão na tarde de hoje. O relatório será votado amanhã, em audiência às 9h30.
O presidente explicou que Rocha pode realizar alterações no parecer até amanhã após o pronunciamento do voto dos deputados, durante a réplica. “Há fortes indícios de comportamentos estranhos à normalidade em operações do banco com algumas figuras bastante conhecidas, como o empresário José Carlos Bumlai [ligado ao ex-presidente Lula], o ex-presidente da Camargo Corrêa Dalton Avancini, a Odebrecht, dentre tantos outros”, detalha Marcos Rotta.
“O relatório é bom, é muito denso, está muito próximo do que vimos, lemos e investigamos. Trata-se de um parecer propositivo e elogiado por praticamente todos os integrantes, inclusive os da oposição, mas carece de um desfecho mais firme”, ressalta o presidente da CPI.
Votos em separado
Ao final da sessão desta terça, o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA) afirmou que apresentou voto em separado com o pedido de indiciamento do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, do vice-presidente, Wagner Bittencourt de Oliveira e de outros representantes do banco.
De acordo com o site Câmara Notícias, o deputado Sergio Vidigal (PDT-ES) também apresentou voto em separado com o pedido de nova prorrogação da CPI. Vidigal cita indícios de irregularidades em operações do BNDESPar e critica a preferência da instituição por determinadas empresas, as “campeãs nacionais”, como a JBS-Friboi.