Da Redação
MANAUS – A exploração da biodiversidade no Amazonas para produção de remédios e cosméticos deve sair da intenção para a prática a partir de 2020. O empurrão será dado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional ainda este ano para implantar o Polo Manaus Amazônia, unidade no Estado do Programa Rota da Biodiversidade. Nos dias 4 e 5 de novembro o ministério promove em Manaus a 1ª Oficina de Planejamento Estratégico sobre a viabilidade do projeto econômico. O evento será Escola Superior de Tecnologia (EST), no Parque 10 de Novembro, zona centro-sul da capital.
Com a Rota da Biodiversidade, o governo federal planeja criar centros para manufatura de produtos como fitoterápicos, fitofármacos e biocosméticos. A produção inclui dotar a cadeia produtiva da biodiversidade de infraestrutura. Em Manaus, a reunião definirá potenciais investidores e responsáveis pela implantação do Polo.
“A Rota da Biodiversidade busca o desenvolvimento de novos negócios e produtos, utilizando a biodiversidade brasileira para a indústria bioquímica e o fortalecimento da indústria de cosméticos, que já usam esses insumos como elemento para a produção. Nosso objetivo é fortalecer a cadeia de fornecimento de insumos para esse setor da economia”, disse Vitarque Coelho, coordenador-geral de Sistemas Produtivos e Inovativos da Secretaria Nacional de Desenvolvimento Regional e Urbano.
A criação do Polo Manaus Amazônia é resultado de um acordo de cooperação técnica entre a Secretaria e a Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz). A instalação da unidade dará continuidade à Oficina de Prospecção da Rota da Biodiversidade na região do Médio Purus, também no Amazonas. A ideia é integrar as duas ações para que elas atuem em conjunto.
São parceiros da iniciativa a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam); a Secretaria de Planejamento, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Seplancti) do Governo do Amazonas; a RedesFito, da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz); o Instituto Leônidas e Maria Deane, também da Fiocruz; a Universidade do Estado do Amazonas (Ufam); a Universidade do Estado do Amazonas (UEA); a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa); e o Banco da Amazônia.
Já em atuação
Atualmente, a Rota da Biodiversidade já apoia os Arranjos Ecoprodutivos Locais (AEPLs) Murapuama e Juá-Caatinga. O primeiro abrange os municípios amazonenses de Manaquiri, Silves e Manaus. Já o segundo contempla cidades da Paraíba e de Pernambuco: Brejo da Madre de Deus (PE), Campina Grande (PB), Caruaru (PE), João Pessoa (PB), Nova Palmeira (PB), Recife (PE) e Santa Maria da Boavista (PE).
O Programa Rotas de Integração Nacional atua com redes interligadas de Arranjos Produtivos Locais (APLs) que promovem inovação, diferenciação, competitividade e lucratividade de empreendimentos associados, a partir da coordenação de ações coletivas e iniciativas de agência de fomento. Atuam de acordo com diretrizes da Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR) e são parte das estratégias do MDR para a inclusão produtiva e o desenvolvimento de regiões.
Atualmente, há nove tipos de Rotas em atuação no País: do Açaí; da Biodiversidade; do Cacau; do Cordeiro; da Economia Circular; do Leite; do Mel; do Peixe; e da Tecnologia da Informação. As unidades estão espalhadas pelas cinco regiões brasileiras.