Por Saadya Jezine, especial para o AMAZONAS ATUAL
MANAUS – O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), afirmou que vai manter o compromisso firmado por ele no início deste ano de que não haveria aumento de tarifa neste ano de 2016. “Como meta para 2016, eu afirmei que não aumentaria a tarifa de transporte em Manaus. E fiz isso com base em todas as contrapartidas firmadas ao longo da minha gestão com o Sinetram”, disse o prefeito ao AMAZONAS ATUAL. “Eu vou recorrer às instâncias cabíveis para reverter essa decisão, que foi feita por detrás dos panos, de forma imoral”, complementa.
Para ele, o reajuste da tarifa é injusto, passando por cima de sua autonomia e sem justificativa cabível. “Eles obtiveram a liminar e posteriormente resolveram comunicar a população e a prefeitura, e isso eu não admito. Passaram por cima da minha autoridade”, enfatiza o Arthur Neto. “Eu vivo na mesma conjuntura de crise que os profissionais do Sinetram alegam viver, mas isso é problema deles, tem que apertar os cintos como eu estou fazendo na minha administração e não punir a população”, afirmou o prefeito, que está em Brasília, resolvendo assuntos de interesse de Manaus, segundo ele.
Reunião
A reunião entre representantes da SMTU (Superintendência Municipal de Transportes Urbanos), da PGM (Procuradoria Geral do Município) e do Sinetram (Sindicato das Empresas de Transportes do Amazonas), na manhã desta segunda-feira, 11, para discutir sobre o aumento da tarifa de ônibus em Manaus termina sem definição concreta sobre o assunto. “Agendamos uma segunda reunião em 48h, conciliando o tempo que o prefeito Arthur Neto estará em Manaus”, afirma o procurador geral do município, Marcos Cavalcanti.
Enquanto isso, a PGM prepara nesta tarde um documento, chamado de recurso de agravo interno. “Até o final do dia daremos entrada nesse recurso, conhecido popularmente como agravo regimental, que tem como objetivo, suspender os efeitos da liminar expedida nesta sexta-feira (8) pelo desembargador Ari Moutinho da Costa, que autorizou o Sinetram a reajustar a tarifa de ônibus”, complementou Cavalcante.
Para Pedro Carvalho, presidente da SMTU, o encontro nesta manhã girou em torno da maneira que foi realizada o processo. “A justiça deu a tarifa técnica o valor de R$ 3,54, através da decisão do Ari Moutinho, com base em diversos cálculos, entre eles, a inflação, por exemplo. Mas o que estamos questionando é a maneira que esse processo foi realizado, sem consulta a prefeitura de Manaus e comunicado prévio a população, como obrigatoriamente tem que ser”, destaca Pedro Carvalho.
Quanto a ausência de subsídio que a SMTU alegou para o presente reajuste, Pedro Carvalho alegou que a prefeitura, na atual gestão, nunca deixou de pagar o subsídio. “Os empresários sabem que o primeiro repasse do ano chega com determinado atraso devido os recessos de final de ano, nas casas legislativas, mas sempre é repassado”, finaliza.
A reportagem tentou contato com a assessoria do Sinetram, mas até o fechamento da matéria, não obteve resposta.