EDITORIAL
MANAUS – É inadiável a retomada das aulas presenciais nas escolas públicas e privadas do Amazonas. Com o avanço da vacinação contra a Covid-19 e a redução do número de casos e mortes pela doença, as escolas podem, sim, reabrir as portas para receber os alunos e professores.
A Semed (Secretaria Municipal de Educação de Manaus) previa retomar as aulas 100% presenciais no dia 2 de agosto, próxima segunda-feira, mas recuou para condicionar esse retorno à vacinação completa (duas doses) de professores e outros profissionais da educação.
No entanto, os sindicatos que representam os profissionais da educação, que antes condicionavam o retorno à vacinação dos professores, agora querem exigir que os estudantes também sejam vacinados.
O problema é que não há, ainda, vacinas para o público com idade abaixo de 18 anos. A única vacina liberada no Brasil para adolescentes de 12 a 17 anos é a da Pfizer. Para os estudantes das séries iniciais, até 11 anos, não há qualquer previsão de vacina.
Os sindicatos precisam evitar o radicalismo e buscar, junto com professores, gestores escolares e autoridades saídas para o retorno seguro das atividades escolares.
Estudos em todo o mundo revelam que os estudantes foram os maiores prejudicados com a pandemia de Covid-19, e precisam recuperar o tempo perdido.
O Brasil é um dos países que mais demora na retomada das atividades presenciais nas escolas. Isso ocorre, principalmente, pela falta de diálogo sério entre as partes envolvidas com a educação.
Enquanto isso, os estudantes são obrigados a assistir aulas on-line, o que para muitos é uma tarefa quase impossível. Em famílias que às vezes sequer dispõe de internet crianças e adolescentes precisam dividir um único equipamento, quase sempre um telefone celular.
Mesmo os que têm o privilégio de possuir equipamentos para assistir as aulas on-line ainda não se adaptaram ao formato digital. Há problemas como a dificuldade de concentração e a falta de preparação dos professores para trabalhar com as novas ferramentas da internet, entre outros.
Ainda não há estudos no Brasil sobre o tema, mas não há discordância entre os especialistas em educação de que a qualidade do ensino foi seriamente afetada na pandemia. Esse problema ganha proporções muito maiores quando lembramos que o Brasil já ocupava posição vexatória no ranking mundial antes da Covid-19.
Portanto, retomar as atividades presenciais nas escolas é fundamental, como também é fundamental uma nova perspectiva para a educação brasileira com o objetivo de colocar o país em posições melhores nos rankings de avaliação e desempenho.