Da Redação
MANAUS – Professores da Ufam (Universidade Federal do Amazonas) e da rede estadual de ensino vão paralisar as atividades na sexta-feira, 14, em protesto contra a reforma da Previdência do governo Bolsonaro. Às 15h, os trabalhadores participam de manifestação na Praça da Saudade, no Centro de Manaus. A mobilização é nacional.
Os servidores federais e estaduais alegam que a reforma beneficia apenas banqueiros e acaba com a previdência pública no país. Em Manaus, está programada também uma caminhada pelas ruas do Centro e à noite, a partir das 18h, os trabalhadores promovem ato cultural.
O presidente da Adua (Associação dos Docentes da Ufam), Marcelo Vallina, diz que os professores aprovaram, por unanimidade, a paralisação das atividades nos cinco campi do interior e em Manaus. “Nós estamos demandando por mais empregos, mais recursos na Educação e contra a reforma previdência, que vai acabar com a previdência pública neste país. Vão tirar, especificamente, da Constituição Federal, deixando a responsabilidade pelas futuras aposentadorias em cada um através de um processo chamado capitalização, que não deu certo em lugar nenhum”, afirmou Vallina.
O posicionamento é compartilhado pela diretora da Asprom Sindical (Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus), Helma Sampaio. Ela diz que “a reforma da previdência, no final, prejudica o trabalhador” e “beneficia os banqueiros”.
“Ela (reforma) nega a aposentadoria para os trabalhadores porque acresce o tempo de contribuição. A capitalização individual é assim: os trabalhadores tem que, por ele próprio, fazer a aposentadoria, contribuir com a sua aposentadoria, pois o Estado já não contribui mais e nem o empregador”, disse Helma Sampaio.
Além da reforma da Previdência, os trabalhadores ligados à Asprom Sindical protestarão contra os “ataques do governo contra a Educação”, que, segundo eles, “os cortes expressivos na Educação atrapalham a pesquisa”. “Os contingenciamentos de recursos comprometem a compra de material de limpeza, de expediente e manutenção dos prédios. O ensino básico também vem sendo atacado”, afirmou.
Isis Tavares, presidente estadual do CTB (Central dos Trabalhadores do Brasil), afirma que a proposta de Bolsonaro é “muito pior” que a do ex-presidente Michel Temer (MDB). “Essa proposta não é baseada em nada, a não ser a vontade desse governo de desconstitucionalizar a previdência pública e entregá-la para o capital financeiro. Não vai trazer nenhum benefício ao país”, afirmou.
Conforme a dirigente do CTB, a reforma da previdência “não vai combater privilégios”, mas ampliá-los e penalizar trabalhadores. “Está demonstrado que isso não vai dar certo. O nosso objetivo é mostrar aos parlamentares que a população está sabendo disso, que nós estamos mobilizando, conversando com a população, nos postos de trabalho e debatendo”, afirmou Tavares.
Confirmaram participação na manifestação a CGTS, CBS, CUT, Força Sindical e UGT. Veja a programação:
MANHÃ
Atos das entidades com suas categorias profissionais e mobilização para a manifestação a tarde no centro de Manaus.
TARDE
15h – Concentração na Praça da Saudade
16h – Caminhada
18h – Ato Cultural