Por Teófilo Benarrós de Mesquita, da Redação
MANAUS – O deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) disse, nesta quarta-feira (6), que a redução de 25% do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) teve por base promessa de diminuir o preço das motocicletas feita pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) aos motociclistas. Serafim disse que o presidente traiu acordo feito com a bancada amazonense, que votou unanimemente em matéria de interesse do Planalto em troca da mudança no decreto.
“Ele [o presidente da República] queria aprovar uma materia e para aprovar essa matéria, que era polêmica, fez um acordo com a bancada do Amazonas e depois simplesmente ele traiu o acordo. E qual foi a justificativa? É que o presidente gosta de motociata e ele prometeu aos motoqueiros que ia baixar o preço das motocicletas. De quê forma? Diminuindo o ÌPI”, afirmou Serafim na tribuna da Assembleia do Amazonas.
Segundo o deputado, a matéria é referente a redução do ICMS no preço dos combustíveis apresentada no Projeto de Lei Complementar 11/2020 e aprovada em 10 de março.
No Senado Federal o projeto recebeu 68 votos favoráveis e apenas um contrário, de José Serra (PSDB-SP). Eduardo Braga (MDB), Omar Aziz (PSD) e Plínio Valério (PSDB), senadores do Amazonas, votaram a favor da aprovação.
Da bancada amazonense na Câmara dos Deputados votaram a favor do governo Átila Lins (Progressista), Alberto Neto (PL), Bosco Saraiva (Solidariedade), Pablo Oliva (União Brasil), Sidney Leite (PSD) e Silas Câmara (Republicanos). José Ricardo (PT) foi o único voto contrário. Marcelo Ramos não votou, por estar presidindo a sessão.
“A cada dia que passa eu fico mais perplexo com as informações. Saiu o decreto, reduzindo em 25% o IPI. Houve uma reação. O governo federal, essa é uma informação nova, dependia e queria aprovar uma mudança no ICMS dos combustíveis, precisava de votos, e apelou para todas as bancadas. Houve um diálogo do ministério da Economia com a bancada do Amazonas e a bancada do Amazonas deu votos favoráveis mediante o compromisso de que eles voltariam atrás no decreto e seriam excetuadas todas as posições que fossem fabricadas em Manaus”, afirmou o deputado.
“Na política, a palavra tem que ter algum valor; a palavra tem que ser honrada. O governo fez o acordo. Ele já tinha feito uma coisa errada, ainda assim ele queria aprovar uma materia e para aprovar essa matéria que era polêmica ele fez um acordo com a bancada do Amazonas e depois simplesmente ele traiu o acordo”, disse Serafim Corrêa.