Por Alfredo Lopes, especial para o ATUAL
MANAUS – Com uma pauta exaustiva e urgente nos assuntos ZFM, que completa 50 anos neste mês, a superintendente da Suframa, Rebecca Garcia, foi evasiva quando soube dos boatos sobre sua saída da Suframa para entrada do deputado federal Silas Câmara (PRB-AM). “Não tenho notícias em Brasília sobre isso. Nem tenho interesse em procurar, pois o cargo pertence ao presidente Temer a quem compete promover mudanças” . Ela está na cadeira há pouco mais de um ano – entende que se trata de especulação. Neste meio tempo, já promoveu uma reviravolta muito positiva a favor da ZFM e da Amazônia Ocidental. “Há muito tempo os governadores e prefeitos da região não frequentavam o Conselho de Administração da Suframa e, também, há muito tempo não há registro de realização de todas as reuniões regimentais”, lembrou ela no último evento do CAS, em dezembro último.
Recursos para a região
Rebecca está há três dias em Brasília para assegurar que as novas taxas da Suframa, destinadas ao funcionamento da autarquia, fiquem de fato na região e aqui sejam aplicadas. O mesmo propósito se aplica às verbas de P&D, ambas confiscadas em 60% a 80% pelo governo federal há mais de 14 anos. “O Amazonas já dá sua cota de contribuição, pois recolhemos muito mais do que recebemos”. Par ela, a hora de retomar o que diz a Lei e aplicar na região, em especial nos municípios mais pobres, as verbas pagas pela ZFM.”
A hora da bioeconomia
A Suframa estava esvaziada por causa desse confisco. Em seu mandato, Rebecca Garcia interferiu fortemente na recuperação do CBA, conseguiu aprovação legal para incentivar a bioeconomia nos municípios da Amazônia Ocidental, além de Macapá e Santana, que agora podem ter isenção fiscal para sua zona franca de bioeconomia. “Os recursos de P&D devem incentivar a área conservada numa economia de baixo carbono. Ninguém preserva nada, disse recentemente a ONU, sem atribuir função econômica ao bem natural”. O Brasil e o mundo – diz a superintendente – esperam que encontremos aqui novos medicamentos, cosméticos e alimentos para prolongar a vida, manter a juventude e proteger a floresta. E a Suframa pode e deve conduzir o enfrentamento regional deste desafio.