Por Lúcio Pinheiro, da Redação
MANAUS – O deputado federal e pré-candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSC-RJ), afirmou nesta quinta-feira, 14, que, entre si, as facções criminosas que brigam pelo comando do tráfico em Manaus podem matar à vontade. “Deixemos que eles fiquem à vontade. Quanto mais se matar, melhor”, disse Bolsonaro, ao comentar a chacina ocorrida na noite de terça-feira, 12, quando seis pessoas foram mortas em um campo de futebol no bairro Alvorada, na zona oeste da capital do Amazonas.
Para o deputado, quando “cidadãos de bem” puderem portar arma de fogo, inocentes deixarão de morrer nas mãos de criminosos. “É por isso que defendo o porte de arma de fogo para cidadãos de bem. E para o proprietário rural, um fuzil. É minha proposta. Arma de fogo, defesa do cidadão”, disse Bolsonaro.
O parlamentar cumpre agenda política em Manaus nesta quinta e sexta-feira, 15. Nesta tarde, o político realizou uma palestra para uma plateia de simpatizantes de suas ideias em um hotel na zona centro-sul de Manaus. A proposta era que ele falasse das potencialidades da Amazônia. Mas com pré-candidato e seus eleitores pouco interessados em falar no tema, o encontro se tornou um grande comício.
PM nas escolas
Bolsonaro veio a Manaus também participar da formatura de alunos de uma escola pública administrada pela Polícia Militar (PM). À imprensa, o político defendeu a educação de crianças com princípios militares, como hierarquia e disciplina. “Sem hierarquia e disciplina não há ordem e progresso. As escolas administradas pela Polícia Militar têm sido um exemplo para o Brasil. Esse modelo nós precisamos incentivar no resto dos estados”, disse o deputado.
Militarismo
Questionado se estabeleceria um regime militar no País caso vença a eleição para presidente, Bolsonaro disse que resgataria os “valores” da ditadura. “O que temos que voltar são os valores daquela época, onde uma professora era respeitada em sala de aula, onde não existia essa questão chamada ideologia de gênero, onde não havia doutrinação em sala de aula, onde você tinha plena liberdade no Brasil, você tinha direito de ir e vir em segurança (sic)”, afirmou.
Segundo Bolsonaro, graças às redes sociais e a parte da mídia, a população vem descobrindo que o regime militar não foi um “período tenebroso” como defende a esquerda. “É uma grande mentira. Vivíamos em paz naquele momento. O povo foi às ruas não para pedir o fim do regime. Foi para pedir Diretas Já. Os valores acima de tudo. É isso que o Brasil precisa”, disse o deputado.
Alternativas à ZFM
De acordo com o deputado, a política ambiental no País, que, segundo ele, fomenta a demarcação de terras indígenas, tem prejudicado estados como o Amazonas, que, por isso, estaria impedido de explorar todas as suas potencialidades.
“Vocês estão no solo mais rico do mundo. Não só no tocante à biodiversidade, como no tocantes às riquezas minerais. Em parte, vocês estão impossibilitados de usufruir disso aqui tendo em vista uma política ambiental equivocada, que tem como estímulo a indústria das demarcações de terras indígenas”, disse.
Para Bolsonaro, a recuperação da ZFM, para além da retomada da economia brasileira, passa pelo fim da influência política na Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus). “A Zona Franca de Manaus não vai bem porque o grande polo consumidor, a exemplo de todo o Brasil, sofre com desemprego, e assim sendo, falta de consumo. Melhorando a economia, melhora o consumo, a Zona Franca de Manaus melhora seu desempenho. Sei bem que temos de rever o loteamento político da Suframa”, declarou.
Lula como adversário
Segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto, atrás de Lula, Bolsonaro disse não temer a disputa com o ex-presidente. Mas afirmou que sempre quis que o petista fosse julgado, o que deve acontecer em janeiro. “Gostaria de vê-lo julgado. Se Deus quiser, agora, no final de janeiro, teremos esse julgamento. O povo brasileiro, em grande parte, foi enganado pelo PT”, disse.
Sexualidade na escola
Bolsonaro repetiu em Manaus sua posição contrária a temas como sexualidade serem tratados nas escolas. E disse que é preferível encontrar um filho com o braço quebrado em casa, por causa de uma partida de futebol, do que brincando de boneca influenciado pelo que a escola ensina.
“Um pai prefere encontrar um filho em casa com o braço quebrado por ter jogado futebol, do que brincando de boneca por influência da escola. Sexo, quem ensina é o papai e a mamãe. E ponto final”, afirmou Bolsonaro.
A seguir, trechos da coletiva de Jair Bolsonaro em Manaus: