Da Redação
MANAUS – O Governo do Amazonas negocia a preservação da floresta amazônica em seu território por R$ 45,9 milhões (€ 10 milhões) com o banco alemão KFW. O valor será repassado durante cinco anos e, nesse período, o estado se compromete a reduzir em 20% o desmatamento em relação a 2019.
A proposta foi apresentada nesta terça-feira, 10, pelo governador Wilson Lima aos investidores alemães, no Consórcio Interestadual da Amazônia Legal, o Amazon-Madrid, evento paralelo à Cúpula Mundial do Clima, a COP-25, em Madri, na Espanha.
“Esses recursos serão utilizados para governança territorial, que é o Zoneamento Econômico e Ecológico, vai nos ajudar na questão da regularização fundiária e na implementação de outras políticas ambientais”, disse o governador.
O negócio ambiental integra o REDD (Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação florestal ou, em inglês, Reducing Emissions from Deforestation and Forest Degradation), um conjunto de incentivos econômicos, com o objetivo de reduzir as emissões de gases de efeito estufa que resultam do desmatamento e da degradação florestal. O conceito parte da ideia de incluir na contabilidade das emissões de gases de efeito estufa aquelas que são evitadas pela redução do desmatamento e a degradação florestal.
Como base os anos de 2006 a 2016, o Amazonas apresentou uma redução de 810 milhões de toneladas de CO2, totalizando um potencial de captação de US$ 4,5 bilhões. Como transformar esses números em uma economia real é o grande desafio, segundo o governador.
Wilson Lima e o secretário de Meio Ambiente, Eduardo Taveira, explicaram que o Amazonas quer captar recursos de instituições que investem em meio ambiente, mas direcionar os investimentos para ações de regularização fundiária, zoneamento ecológico econômico e aprimoramento do sistema de licenciamento do Estado.
No encontro, os governadores da Amazônia assinaram um Acordo de Cooperação entre o Consórcio e o Funbio para elaboração e implementação do Projeto para Fortalecimento da Biodiversidade das Cadeias de Produção da Amazônia, além de oficializaram o interesse em estabelecer parcerias com a França.
Em Madri, Wilson Lima também se reuniu com o representante do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para tratar sobre o Fundo Amazônia. Uma equipe do banco, que atualmente gerencia os recursos do Fundo, vem ao Amazonas em janeiro de 2020 conhecer os projetos do Estado.
Lima disse que de janeiro a novembro de 2019, R$ 70 milhões foram captados para projetos como o fortalecimento dos sistemas de recursos hídricos na região e a implementação do Cadastro Ambiental Rural (CAR).