Por Maria Derzi, da Redação
MANAUS – A solução apresentada pela SSP-AM (Secretaria de Estado de Segurança Pública do Amazonas) para prevenir contra assaltos em ônibus do transporte público de passageiros em Manaus privilegia as empresas e torna vulnerável os passageiros. A proposta para projeto experimental é suspender o uso de dinheiro na compra de passagens dentro dos ônibus tornando obsoleta a função de cobrador. “Na nossa proposta, que faremos ao Ministério Público e ao Sinetram (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Amazonas) é que esses profissionais sejam reaproveitados em outra área para não gerar desemprego. O projeto que visa abolir o uso de dinheiro nos ônibus surtiu efeito em outras cidades como Cuiabá e Porto Alegre”, disse o secretário de Segurança Sérgio Fontes.
Para os passageiros, a sugestão é reduzir a burocracia para registrar roubos. “Hoje, você só pode pedir a inabilitação do celular roubado na operadora apresentando o Boletim de Ocorrência (BO). Isso dá um trabalho muito grande. O que queremos é diminuir esse caminho e facilitar essa inabilitação do aparelho na própria polícia, constando no BO”, disse o secretário, citando o telefone celular, bem mais roubado pelos ladrões. Para isso, além do aparelho, o proprietário terá que andar com a nota fiscal. “O que o usuário precisa? Precisa apenas ter a nota fiscal do celular contendo o IMEI (número de identificação do aparelho). E na hora em que estiver fazendo o BO, a vítima já avisa que tem interesse em inabilitar o celular, deixa uma cópia da nota fiscal e a polícia vai se encarregar dessa inabilitação”, explicou Fontes.
O secretário disse ainda que a polícia realizará ações para coibir a venda de celulares roubados. “Nós vamos intensificar as nossas ações contra os receptadores. De posse do IMEI do celular roubado, poderemos identificar se aquele aparelho é roubado. Vamos pedir apoio aos órgãos administrativos, como a Sefaz, para que façam a fiscalização conosco e que, se não responsabilizar por furto ou roubo, podemos pelo menos fazer a apreensão da mercadoria se o vendedor não tiver de posse do documento de origem. A nossa intenção é sufocar esse mercado de venda ilegal de celulares. Se você compra um celular sem documentação de origem, você estará fomentando a violência e a marginalidade”, esclareceu.
Outra ação proposta por Fontes é a instalação de câmeras de monitoramento nos terminais de ônibus da cidade em parceria com os empresários. “Nós fizemos essa proposta para que o Sinetram arque com a instalação e manutenção de câmeras de vigilância para monitorarmos os terminais. A maioria das vítimas e dos rodoviários diz que os ladrões entram nos terminais para pegar o ônibus, que os terminais são os pontos nefrálgico do sistema de roubos. Caso o Sinetram concorde, nossa ideia é colocar, no mínimo, de duas câmeras a quatro câmeras em cada terminal”.
As câmeras, obviamente, não evitam o roubo, apenas servem para identificar os ladrões. “Digamos que temos um quadrilátero no terminal. Aí teremos uma visão de todo o espaço. Caso os empresários não concordem, vamos instalar uma câmera por terminal, que serão retiradas do projeto Crack é Possível Vencer, no bairro Jorge Teixeira. Estamos pensando em usá-las, apesar de serem câmeras antigas, usadas e que não tem uma boa definição”, disse.
Sérgio Fontes disse que mesmo com as novas ações, a SSP dará continuidade a operação catraca. “A operação policial continuará a ser realizada, mas ela tira o passageiro de dentro do ônibus, tem que revistá-lo para saber se ele está armado. Essa ainda não é a melhor opção. De imediato, vamos intensificar as operações, mas como digo que os ônibus circulam até tarde da noite, em vários locais e em lugares difíceis do policial estar sempre. Não posso colocar um policial em cada ônibus. Precisamos de alternativa e devemos começar a discutir essas ações”, disse.
Todo mundo em pânico
Outra sugestão é o ‘botão do pânico’ a ser instalado nos veículos. O dispositivo consiste em acionar um botão, pelo motorista, que transmitir as imagens do assalto para o CIOPS (Centro Integrado de Operações de Segurança) e avisa, em letreiro na parte externa do ônibus, sobre a ocorrência de roubo. “Com essas imagens, a Derfd (Delegacia de Roubos e Furtos) rá localizar os assaltantes, mas não há um monitoramento imediato”, admitiu o secretário.
De acordo com dados da SSP, foram registrados 2.767 assaltos a ônibus de janeiro a outubro deste ano, com uma média de dez por dia, em Manaus. Os prejuízos são da ordem de R$ 804 mil.
Convenhamos esse secretário tem a cabeça no mundo das fadas! A realidade manauara é mais simples do que ele pensa e não precisa ser “Gênio da Lâmpada” para criar soluções e paspalhices para se agir de modo preventiva. Ele esquece que pode obter soluções determinando a criação de uma comissão usando o serviço de inteligência competente que ja existe na própria secretaria de segurança. Manaus viveu décadas sem essas malandragens, assaltos, furtos, roubos diários (sem a necessidade de maluquices e desculpas para coibir a ação dos meliantes).
O Sinetran agradece tamanha soluçao tabajara, digna de Odorico Paraguaçu. Mas engraçado é que o secretário vai provocar demissão de centenas de cobradores, mas não falou de nenhuma demissão de qualquer membro da sua equipe da SSP, ou dele próprio!