Da Agência Câmara
BRASÍLIA – Governo e oposição entraram em um embate, durante a sessão do Congresso Nacional nessa terça-feira, 8, sobre o projeto que remaneja R$ 3 bilhões do Orçamento para atender a demandas de parlamentares (PLN 18/19).
Partidos de oposição tentaram adiar ao máximo a votação da proposta, por considerar que o dinheiro remanejado foi usado para comprar apoio à reforma da Previdência (PEC 6/19) entre os deputados. Já os defensores do projeto afirmaram que os gastos irão trazer benefícios à população.
A proposta cancela recursos de algumas programações do Ministério da Educação e direciona para outros órgãos, como os ministérios do Desenvolvimento Regional e da Saúde e para o próprio Ministério da Educação, em menor valor.
A líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), defendeu a iniciativa. “Nós estamos aprovando o PLN para que o dinheiro do povo, que sai do bolso do povo, seja aplicado para o povo. Eu sei para onde vai cada centavo desse PLN, e isso é para chegar à população mais pobre desatendida”, disse.
O deputado Hildo Rocha (MDB-MA) afirmou que “aqueles que estão contra o projeto estão contra o povo brasileiro” porque haverá mais investimentos na saúde. Já o deputado Gustinho Ribeiro (Solidariedade-SE) afirmou que a medida vai ajudar na economia. “Nós precisamos fazer com que os investimentos possam acontecer nos quatro cantos do Brasil”, afirmou.
Contrários
O deputado Rogério Correia (PT-MG) criticou a proposta. “O remanejamento é feito para cumprir o acordo com deputados que votaram a favor da reforma da Previdência, contra o povo brasileiro, para pagar as emendas”, declarou.
A deputada Maria do Rosário (PT-RS) disse que o dinheiro retirado da educação vai prejudicar políticas públicas como creches. “Quem votou a favor da reforma da Previdência em favor de medidas deste tipo, para receber R$ 40 milhões, realmente não merece de nossa parte o respeito devido como parlamentar”, afirmou.
Para o deputado Marcelo Freixo (Psol-RJ), a medida é um “escândalo”. “Dinheiro remanejado para ir para a mão de deputados, para usar nos seus interesses privados”, criticou.
As emendas parlamentares são direcionadas a obras e serviços em setores como saúde e infraestrutura em municípios indicados por deputados e senadores.