Por Henderson Martins, da Redação
MANAUS – O comando de greve dos trabalhadores da educação aceitou a proposta do governador Amazonino Mendes (PDT) de reajuste de 24,91%, a ser pago de forma escalonada em 2018 e 2019, mas afirmaram que pretendem manter a greve. O índice foi proposto em projeto de lei aprovado por unanimidade no final da tarde desta sexta-feira pela ALE (Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas). Foi incluída apenas uma emenda coletiva dos parlamentares, que antecipa o pagamento da última parcela, de março de 2019 para janeiro.
De acordo com o coordenador de organização do Sinteam (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas), Cleber Ferreira, os professores decidiram por um reajuste de 27,5% para 2018. “Nós continuaremos defendendo o reajuste. Sabíamos que se não fosse votado hoje (sexta-feira) a categoria corria o risco de sair com 4,57%. Então, vamos votar o reajuste, e vamos realizar uma assembleia para decidir se saímos ou não da greve”, disse o sindicalista. Foi aprovado também o auxílio localidade, a retirada de 6% do vale transporte.
O presidente da ALE, David Almeida, disse que a mensagem original do governo previa o aumento de 27,02%, apesar de ter sido divulgado 24,91%. Na verdade, o reajuste chegará a 27,02% com as correções que serão feitas em três etapas.
De acordo com o relator da matéria, deputado Sinésio Campos (PT), os profissionais da educação vão receber 7,41%, retroativo a 1° de março de 2018, relativo à soma da revisão geral anual das datas-bases de 2017 e 2018; 8,12% a partir de 1° de setembro deste ano, relativo à revisão geral anual da data base de 2015; e 9,38%, a contar de janeiro de 2019, relativo à revisão geral anual da data base de 2016.
O coordenador financeiro do Asprom-Sindical (Associação dos Professores e Pedagogos de Manaus), Lambert Melo, disse que a categoria chegou ao limite da data da legislação eleitoral, que a partir deste sábado, 7, não poderiam mais conquistar os 35% almejado pelos profissionais. “A categoria vai ter que aceitar esse acordo para não ficar em uma condição pior, que seria 4,5%”, disse Lambert.
Votaram a favor do projeto os deputados Abdala Fraxe (Podemos), Adjuto Afonso (PDT), Alessandra Campelo (PMDB), Cabo Maciel (PR), Carlos Alberto (PRB), David Almeida (PSB), Dermilson Chagas (sem partido), Dr. Gomes (PV), Josué Neto (PSD), Orlando Cidade (PRP), Ricardo Nicolau (PSD), Sabá Reis (PR), Serafim Correa (PSB), Sidney Leite (PSD), Sinésio Campos, Vicente Lopes (sem partido), Wanderley Dallas (sem partido).
Uma vitória amarga ou uma derrota vergonhosa? Na pior das hipóteses, alguma coisa de boa tinha que sair dessa guerra.
Uma vitória amarga ou uma derrota vergonhosa?