
MANAUS – A produção de motocicletas no Brasil caiu 16,7% em janeiro ante o mesmo mês do ano passado, mas cresceu 43,9% em relação a dezembro. Já as vendas recuaram 18,7% na comparação com janeiro de 2014 e 14,9% ante dezembro. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 6, pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo).
A crise no setor de duas rodas afetou diretamente as indústrias instaladas no Polo Industrial de Manaus. No ano passado, só as duas maiores fabricantes de motocicletas de Manaus, a Honda e a Yamaha, demitiram cerca de 6 mil funcionários.
A fábrica da Honda suspendeu o expediente nas sextas-feiras em setembro e outubro do ano passado em função da queda na produção, que chegou a 12o mil unidades. Os executivos da empresa avaliam que a situação tende a piorar em 2015, com a promessa de ajuste nas contas públicas, aumento nos juros e menos incentivo ao consumo.
Produção
De acordo com a entidade, foram produzidas 122.037 motocicletas em janeiro, ante 146.557 unidades em janeiro do ano passado e 84.820 em dezembro, mês com menos dias úteis de produção por causa das férias coletivas concedidas pelas fábricas. Já os licenciamentos somaram 108.647 unidades, menos do que as 133.632 unidades vendidas em janeiro de 2014 e do que as 127.711 emplacadas em dezembro.
Apenas as vendas de motocicletas no atacado (para concessionárias) atingiram 104.185 unidades em janeiro, queda de 8,7% ante as 114.104 motos vendidas em dezembro e leve alta de 0 4% em relação ao mesmo mês do ano passado. Já as exportações recuaram 73,8% ante janeiro de 2014 e 64,1% na comparação com dezembro, como reflexo da crise na Argentina. Em janeiro, foram vendidas 2.174 unidades para o exterior.
“O mês de janeiro é sempre atípico, por conta do período de férias. Além disso, os fabricantes aproveitaram o início do ano para ajustar os estoques nas fábricas e na rede”, avalia o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian. Ele prevê que a lei que facilita a retomada do bem em financiamentos deve impactar positivamente no setor. “Desta forma, esperamos atingir os números de estabilidade projetados para 2015”, diz.
(Da Redação, com informações do Estadão Conteúdo)