Por Teófilo Benarrós de Mesquita, da Redação
MANAUS – Sem citar o nome do presidente Jair Messias Bolsonaro (PL), manifestamente contrário à vacinação contra a Covid-19, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, comandou na manhã deste sábado (22) ação de incentivo à imunização contra o coronavírus, no Sambódromo de Manaus.
A mobilização envolveu os sete estados da região Norte. O ministro afirmou que “para redução expressiva do número de óbitos foi necessário o esforço de todos. A principal política de saúde foi a campanha de vacinação contra a Covid-19”. E apelou que as pessoas com ciclo vacinal incompleto busquem os pontos de atendimento para se vacinar.
Marcelo Queiroga comandou a ação ao lado do governador do Amazonas Wilson Lima (PSC) e do prefeito de Manaus David Almeida (Avante). Secretários nacionais do ministério estiveram em Rio Branco (AC), Macapá (AP), Belém (PA), Porto Velho (RO), Boa Vista (RR) e Palmas (TO).
A escolha da região para a ação foi motivada pelas peculiaridades geográficas e dificuldades do sistema de saúde.
“A região Norte merece nossa atenção especial. É uma região continente e quem muitos desafios: áreas remotas, cidades onde o acesso não é tão simples; só pode ser por avião ou por barco. Aqui o nosso sistema de saúde, apesar de ter sido reforçado, não tem a mesma capacidade de resposta de estados da região Sudeste, nos estados mais desenvolvidos do Brasil”, reconheceu o ministro.
“Preciso pedir a vocês, solicitar a colaboração de cada um, para que levem aqueles que vocês conhecem que não tomaram a segunda dose da vacina, para tomar a segunda dose”, disse o ministro no evento. “Aqueles que não tomaram ainda a dose de reforço, procurem tomar. Só assim nós vamos ser efetivos em evitar formas graves dessas doenças, que além de pressionar os nossos hospitais pode levar à morte dos nossos irmãos, não só aqui na região Norte como no Brasil”, apelou.
Queiroga ressaltou que além da vacinação, é importante a estratégia da testagem, que não havia no início da pandemia.
Marcelo Queiroga encerrou seu pronunciamento sem falar o nome de Jair Bolsonaro, que além de ser contra a vacina, também incentiva atos contrários à recomendação das autoridades sanitárias, desde o início da pandemia, em março de 2020. Só ‘lembrou’ de citar o nome do presidente Jair Bolsonaro depois de ser provocado pelo prefeito de Manaus, presente no evento.
“Leve a nossa saudação lá para o presidente Bolsonaro”, disse o prefeito, no final de seu discurso. Só então Queiroga falou o nome do presidente. “O presidente Bolsonaro me pediu para vir aqui hoje, trazer a palavra dele de apoio ao povo do Amazonas, ao povo da região Norte. O presidente tem nos ajudado muito, garantindo recursos para adquirir as vacinas”.