
Da Agência Gov
BRASÍLIA – Localizada na região metropolitana de Manaus, a Aldeia Inhaã-bé, no Tarumã-Açu, tem sido utilizada como set de filmagens para produções nacionais e internacionais e recebido oficinas de cinema. No sábado (1º) começou um novo capítulo na história da relação dos indígenas que vivem ali com a sétima arte. A partir desta data o local passou a contar com uma sala de exibição, o Cine Aldeia.
“Toda vez que produções eram gravadas na aldeia, nós éramos cenário. Daí nasceu o desejo de sermos protagonistas da nossa história. Por meio do audiovisual e do cinema nós iremos contá-la”, disse a produtora indígena Thaís Kokama, que movida pelo interesse na área cursou Rádio e TV.
Um dos primeiros cinemas em aldeias indígenas no País e pioneiro na região Norte, o projeto Cine Aldeia foi financiado com recursos da Lei Paulo Gustavo (LPG), via edital da Prefeitura de Manaus, por meio do Conselho Municipal de Cultura (Concultura).
Thaís salienta a importância da iniciativa para a inserção dos povos indígenas no setor audiovisual. O montante de R$ 100 mil foi utilizado para a construção do espaço e compra de equipamentos para exibições de filmes, mostras, festivais e iniciativas voltadas para a produção audiovisual.
A sala, com capacidade para cerca de 200 pessoas, irá exibir produções feitas por indígenas. Na inauguração houve a apresentação do documentário Traços da Resistência, dirigido e produzido por Thaís, e de oito curtas-metragens, que ficarão em cartaz no espaço nos primeiros meses deste ano.
Em mais um capítulo dessa história, no dia 2 de março a entrega do Oscar será transmitida ao vivo no Cine Aldeia. Antes da cerimônia está programado um “ritual da vitória”, na torcida pela conquista do prêmio pelo filme Ainda Estou Aqui, indicado em três categorias (filme, atriz e filme internacional), na festa do cinema mundial. “É uma forma de celebrar o audiovisual brasileiro”, comenta Thaís.