Da Redação
MANAUS-AM – A matança de 55 presos em quatro presídios de Manaus, no domingo e nessa segunda-feira, 27, ocorreu quando os policiais militares entraram nas unidades para transferir líderes de organizações criminosas. Os presos foram sendo enforcados dentro das celas, disse o secretário de Administração Penitenciária do Amazonas, Vinicius Almeida. “Detectamos através da inteligência que estava se preparando mais uma ação dentro da cadeia para cometer mais crimes”, afirmou Almeida, em nota.
Conforme o secretário, “todas as cadeias estavam trancadas e a ação imediata foi deslocar a tropa de choque em todas as celas”. “Começamos no CDP e depois nos demais presídios. Enquanto a tropa avançava, eles matavam as pessoas por mata leão, dentro das celas”, disse.
Almeida revelou que a retirada das celas de presos ameaçados de morte evitou mais mortes. O monitoramento da situação do sistema prisional continua sendo feito, com reforço policial nas áreas externas de todo o sistema. As mortes registradas foram por asfixia, e uma pequena parte por uso de estoques.
Secretário disse que os presos tentaram fazer dois agentes de ressocialização de reféns, da empresa Umanizzare, que trabalha com programas de ressocialização em cinco penitenciárias do Estado, mas foram baleados e levados para hospitais. Consultada pelo ATUAL, a Umanizzare não se manifestou.
Gabinete de crise
O Governo do Amazonas montou, na noite dessa segunda-feira, um gabinete de crise envolvendo órgãos do sistema de segurança, poder judiciário e representantes do legislativo para definir medidas imediatas para evitar mais mortes. Líderes de facções serão transferidos para prisões federais.
A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) suspendeu, por 30 dias, as visitas nas unidades prisionais de Manaus.
Em nota, a Seap e o IML (Instituto Médico Legal) informam que a partir desta terça-feira, a cada meia hora, serão divulgados relatórios conjuntos de identificação dos detentos que morreram desde domingo, 26. “Além disso, à medida em que cada corpo for identificado, as famílias serão comunicadas por telefone”, informou.
A Seap comunica que está garantindo atendimento psicossocial permanente aos familiares dos detentos.