A gestão tucana à frente da Prefeitura de Manaus vai chegando ao fim antes mesmo de terminar o mandato do prefeito Arthur. A administração prometida na campanha de 2012, que combinaria juventude e experiência, fracassou: primeiro enxotou a juventude e depois pôs a experiência para trabalhar em prol de um projeto de poder pessoal, deixando a população abandonada e largando os bairros de Manaus à própria sorte.
A verdade é que a Prefeitura de Manaus vive dias de feudalismo administrativo, com figuras que se assemelham a personagens daquele tempo obscuro da história da humanidade, imitando a relação social entre senhores feudais, vassalos e servos, todos orbitando o executivo municipal.
O Prefeito se comporta como um senhor feudal, exercendo poder político, distribuindo encargos e agradando aliados, com o objetivo de manter e ampliar sua importância no jogo político. Por outro lado, os vassalos oferecem ao senhor Arthur sua fidelidade e trabalho, em troca de proteção política no sistema montado para amparar àqueles que se submetem ao suserano.
Entretanto, entre o senhor feudal e seus vassalos, está a maior parte da população, que paga os impostos e sustenta a corte feudal manauara, sofrendo a exploração do seu trabalho, sem direito a transporte público digno, com saúde pública precária e educação básica sucateada. São pessoas maltratadas por quem deveria defende-los e garantir um futuro melhor para seus filhos.
Assim como no feudalismo, a administração do PSDB tem especial atenção em melhorar a arrecadação de impostos, para sugar até última moeda dos contribuintes. Contudo, não tem a mesma disposição para evitar a corrupção e o mau uso do dinheiro público. Enquanto o orçamento da educação sofre cortes, os gastos com publicidade – 60 milhões ano – servem apenas para divulgar a imagem do senhor feudal. E o que dizer do contrato de 48 milhões, assinado entre a Prefeitura e um consórcio Pró-infância Brasil que sequer tem endereço em Manaus? Regredimos também em transparência e o rolo compressor da base aliada do Prefeito passa por cima de qualquer discussão séria na Câmara Municipal de Manaus. São tempos obscuros.
Portanto, a gestão tucana chega ao seu fim porque está na contramão do tempo em que vivemos, chega ao ocaso porque o tipo de liderança política que Arthur Neto exerce se exauriu, esgotou-se porque a sociedade exige uma forma diferente de gestão, mais participativa e descentralizada. Quanto mais o Prefeito gasta com propagandas fantasiosas, mais cresce no povo a certeza de que a Prefeitura de Manaus é uma fantasia na vida do cidadão.
Nas administrações modernas, a transparência não é uma opção, mas um valor absoluto. Os gastos com a máquina pública devem ser discutidos e aprovados pela sociedade com diálogo democrático, onde não há espaço para um guia ou senhor absoluto. A gestão tucana encerrou-se porque não conversa com as lideranças de base, com segmentos sociais e ignora as necessidades dos mais carentes. Governa para dentro, alimentando um sistema feudal e ignorando as ruas.
A próxima administração de Manaus deverá ser pautada em três pilares fundamentais: mais democracia nas decisões, transparência total dos gastos e combate implacável à corrupção e ao desperdício de dinheiro público. Só a partir disso é que poderemos avançar em educação infantil, melhoria da saúde básica, mobilidade urbana e sustentabilidade.
Por fim, foram as insurreições camponesas, as pestes, as guerras e a falta de alimentos para uma população crescente que causaram a decadência do feudalismo. Em Manaus será a democracia, a mobilização popular, a transparência e um movimento amplo, acima de partidos políticos, que livrará Manaus dos líderes feudais e provincianos.